Uma Noite de Crime: filme tornou-se a melhor estreia de todos os tempos, em 2013, para um filme proibido a menores de 18 anos.
Os dois dividiram os filmes em cerca de 100 categorias e, por meio do algoritmo, começaram a fazer correlações entre as mais diferentes informações envolvendo as produções, como atores e diretores envolvidos, gênero, classificação etária, desempenho nas bilheterias, etc. Os dados foram pinçados do Internet Movie DataBase (IMDb) e do BoxOfficeMojo e foram levados em consideração somente filmes lançados entre 2000 e 2010.
Resumo da ópera: segundo o algoritmo, o fator mais importante para garantir que um filme dê lucro é a média de bilheteria conquistada pelas produções anteriores do diretor. Pode parecer óbvio, mas a conclusão a que os pesquisadores chegaram é de que, quanto mais sucesso esse diretor fez no passado, maiores as chances de que o filme dirigido por ele emplaque e conquiste boas cifras.
Na prática, isso significa que, para um estúdio, é muito mais seguro contratar Steven Spielberg do que Martin Scorsese, embora ambos sejam veteranos aclamados pela crítica.
O estudo também destaca que contratar grandes estrelas de cinema geralmente leva a boas bilheterias, mas não necessariamente ao lucro – afinal, esses atores e atrizes têm, geralmente, um cachê bem mais alto do que a média, o que encarece o custo do filme.
Outro fator importante é a classificação etária que o filme recebe e a sua origem. Se o filme for taxado como R (proibido para menores), são poucas as chances de que ele vá emplacar e ter um bom desempenho financeiro. Isto porque esta classificação restringe o número de pessoas que podem ver o filme – não à toa, cada vez mais os grandes estúdios têm aliviado a mão quando se trata de sexo e violência para lançar produções com classificação PG-13 (liberados para adolescentes, que respondem por uma boa fatia do público total).
Quanto à origem da produção, também não há muito segredo. Filmes estrangeiros, segundo o estudo, têm pouco apelo junto ao grande público e raramente são sinônimo de lucratividade.
O estudo é bacana e abrangente, embora, cá entre nós, não traga de fato grandes surpresas. O ponto forte é o fato de reforçar que, mais importante de quem “vive” a história na tela, é quem a conta (no caso, o diretor). Até porque, já há um bom tempo, o público parece ter deixado de lado o costume de ir ao cinema para ver o próximo filme do “fulano” ou da “ciclana” – algo que acontecia nas décadas anteriores, quando atores gozavam de muito mais prestígio entre os espectadores. Pense por um instante: qual ator ou atriz, hoje, lhe faria ir incondicionalmente ao cinema, mesmo que você não saiba nada sobre o filme? Eu mesmo, não lembro de nenhum.
Por outro lado, eu pessoalmente fico ansioso ao esperar o próximo filme de um Scorsese, Woody Allen, Christopher Nolan, Tarantino e outras figuras, mesmo que o gênero não me agrade ou eu saiba quase nada sobre a história.
E para você, o que leva um filme a fazer bonito nas bilheterias? O que vale mais, o protagonista ou o nome por trás da obra? Deixe seu pitaco nos comentários!
Ficou interessado no estudo? Dá pra acessar a análise na íntegra aqui, em um PDF de 30 páginas (em inglês).
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