Steven Spielberg: carreira longa com o pé em vários gêneros, de aventuras juvenis a dramas de época (Foto:Mike Blake/Reuters)| Foto:

Para a infelicidade dos estúdios e produtores de cinema, a “fórmula mágica” para garantir que um filme faça sucesso e tenha um bom desempenho de bilheteria segue inacessível aos pobres mortais. Volta e meia, grandes apostas com orçamento milionário naufragam assim que são lançadas (como os recentes John Carter: Entre Dois Mundos e O Cavaleiro Solitário, ambos da Disney), enquanto produções despretensiosas surpreendem e somam quantias vultuosas (caso do thriller Uma Noite de Crime, de 2013, e do clássico Tubarão).

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Eis que uma dupla de pesquisadores da Universidade de Iowa, dos Estados Unidos, decidiu apostar na matemática para, num belo exemplo de big data, criar um algoritmo capaz de “desvendar” os segredos que levam filmes a serem lucrativos (levando em conta o quanto o filme custou e o quanto arrecadou). Michael Lash e Kang Zhao, dos departamentos de Ciências da Computação e Gestão da instituição, mergulharam num banco de dados com mais de 14 mil filmes e lançaram neste mês um estudo com suas conclusões.

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Os dois dividiram os filmes em cerca de 100 categorias e, por meio do algoritmo, começaram a fazer correlações entre as mais diferentes informações envolvendo as produções, como atores e diretores envolvidos, gênero, classificação etária, desempenho nas bilheterias, etc. Os dados foram pinçados do Internet Movie DataBase (IMDb) e do BoxOfficeMojo e foram levados em consideração somente filmes lançados entre 2000 e 2010.

Resumo da ópera: segundo o algoritmo, o fator mais importante para garantir que um filme dê lucro é a média de bilheteria conquistada pelas produções anteriores do diretor. Pode parecer óbvio, mas a conclusão a que os pesquisadores chegaram é de que, quanto mais sucesso esse diretor fez no passado, maiores as chances de que o filme dirigido por ele emplaque e conquiste boas cifras.

Na prática, isso significa que, para um estúdio, é muito mais seguro contratar Steven Spielberg do que Martin Scorsese, embora ambos sejam veteranos aclamados pela crítica.

O estudo também destaca que contratar grandes estrelas de cinema geralmente leva a boas bilheterias, mas não necessariamente ao lucro – afinal, esses atores e atrizes têm, geralmente, um cachê bem mais alto do que a média, o que encarece o custo do filme.

Outro fator importante é a classificação etária que o filme recebe e a sua origem. Se o filme for taxado como R (proibido para menores), são poucas as chances de que ele vá emplacar e ter um bom desempenho financeiro. Isto porque esta classificação restringe o número de pessoas que podem ver o filme – não à toa, cada vez mais os grandes estúdios têm aliviado a mão quando se trata de sexo e violência para lançar  produções com classificação PG-13 (liberados para adolescentes, que respondem por uma boa fatia do público total).

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Quanto à origem da produção, também não há muito segredo. Filmes estrangeiros, segundo o estudo, têm pouco apelo junto ao grande público e raramente são sinônimo de lucratividade.

O estudo é bacana e abrangente, embora, cá entre nós, não traga de fato grandes surpresas. O ponto forte é o fato de reforçar que, mais importante de quem “vive” a história na tela, é quem a conta (no caso, o diretor). Até porque, já há um bom tempo, o público parece ter deixado de lado o costume de ir ao cinema para ver o próximo filme do “fulano” ou da “ciclana” – algo que acontecia nas décadas anteriores, quando atores gozavam de muito mais prestígio entre os espectadores. Pense por um instante: qual ator ou atriz, hoje, lhe faria ir incondicionalmente ao cinema, mesmo que você não saiba nada sobre o filme? Eu mesmo, não lembro de nenhum.

Por outro lado, eu pessoalmente fico ansioso ao esperar o próximo filme de um Scorsese, Woody Allen, Christopher Nolan, Tarantino e outras figuras, mesmo que o gênero não me agrade ou eu saiba quase nada sobre a história.

E para você, o que leva um filme a fazer bonito nas bilheterias? O que vale mais, o protagonista ou o nome por trás da obra? Deixe seu pitaco nos comentários!

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Ficou interessado no estudo? Dá pra acessar a análise na íntegra aqui, em um PDF de 30 páginas (em inglês).

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