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Entrevista com o Vampiro: um suspense gótico para “gente grande”
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O jornal The Guardian divulgou esta semana que os astros Tom Cruise e Brad Pitt se reunirão novamente para estrelar o “drama de corrida” Go Like Hell, adaptação para o cinema de um livro de AJ Baimes que aborda a disputa entre as empresas automobilísticas Ferrari e Ford na década de 1960. O diretor será Joseph Kosinski, responsável pelos sci-fis Tron: O Legado (TRON: Legacy, 2010) e Oblivion (2013) — este último protagonizado por Tom Cruise. Leia o artigo do The Guardin aqui (em inglês).

Entrevista com o Vampiro: Tom Cruise e Brad Pitt dão vida a dois charmosos vampiros em crise existencial. (Foto: Divulgação)

Entrevista com o Vampiro: Tom Cruise e Brad Pitt dão vida a dois charmosos vampiros em crise existencial. (Foto: Divulgação)

Mas o que me chamou a atenção foi a lembrança do último filme em que os dois atores (que já perderam a alcunha de galãs há um tempo) estiveram juntos. Há quase 20 anos, estreava nos cinemas Entrevista com o Vampiro (Interview with the Vampire: The Vampire Chronicles, 1994), suspense gótico — ou seria romance de horror? — baseado na série de livros de Anne Rice. A própria escritora roteirizou o primeiro romance da série e a direção ficou a cargo de Neil Jordan, até então um cineasta “menor”, com filmes pouco celebrados no currículo, como a comédia Não Somos Anjos (We’re No Angels, 1989), que contava com Robert De Niro e Sean Penn.

Entrevista com o Vampiro havia sido publicado 18 anos antes e, na época do filme, já gozava de certo prestígio entre os leitores e críticos. Mas o maior chamariz da produção era mesmo seu elenco: para interpretar a dupla de vampiros protagonistas, foram chamados Tom Cruise e Brad Pitt — no papel de Lestat e Louis, respectivamente. Estavam lá também Antonio Banderas, Stephen Rea e Christian Slater, que vivia o repórter responsável pela tal entrevista do título.

A adaptação do romance de Anne Rice foi lançada dois anos depois de Drácula de Bram Stoker (Dracula, 1992) e, ao lado da obra de Francis Ford Coppola, faz parte do seleto grupo de produções que exploram de maneira mais adulta e refinada o mito dos vampiros, personagens explorados à exaustão na telona desde sempre. Fazem isso abrindo mão dos sustos e dos clichês para apostar no drama e aliviar no terror. O vampiro, mesmo imortal e ameaçador, não é meramente um predador, mas, antes de tudo, um sujeito atormentado pelo peso de sua condição. Pretextos que valem para outros filmes como Fome de Viver (The Hunger, 1983) e o sueco Deixe Ela Entrar (Låt den rätte komma in, 2008).

Entrevista com o Vampiro: adaptação de romance de Anne Rice completa ano que vem 20 anos. (Foto: Divulgação)

Entrevista com o Vampiro: adaptação de romance de Anne Rice completa ano que vem 20 anos. (Foto: Divulgação)

Neste sentido, o suspense de Neil Jordan deve — e muito — aos bons e instigantes personagens e à química entre a dupla de vampiros Louis e Lestat, acompanhados da vampira “adotiva” vivida por Kirsten Dust, no alto dos seus 12 anos. A pequena Claudia, inclusive, é um dos pontos altos do filme — ela nada mais é do que um monstro aprisionado em um corpo de criança, amaldiçoada por não poder atingir nunca a feminilidade plena alcançada pelas mulheres. A luta contra desejos reprimidos é um dos pilares do filme, evidenciada pela resistência de Louis em assumir seu papel de predador, mesmo que disso dependa sua existência. Louis é um vampiro abstêmio e casto, contraponto extremo de seu tutor Lestat, um vampiro sedutor e mortal, que não hesita em fazer valer sua superioridade.

A trama é embalada em uma requintada reconstituição de época — o filme recebeu uma indicação ao Oscar por Melhor Direção de Arte — e esbanja sensualidade em várias sequências, como a misteriosa apresentação do Teatro dos Vampiros. É, ao fim, como citei no título do post, um suspense/romance para “gente grande”, que merece ser resgatado em tempos de Crepúsculo e outras séries vampirescas que banalizaram a figura do chupador de pescoços. A geração mais “jovem” pode até achar o filme pretensioso e arrastado demais, mas ao menos não há ninguém brilhando ao sol por aqui…

Ah, e antes que eu esqueça: as Crônicas Vampirescas de Anne Rice ganharam uma nova adaptação em 2002, desta vez com Stuart Townsend no papel de Lestat. A Rainha dos Condenados (Queen of the Damned, 2002), porém, não guarda semelhanças com o filme anterior, mesmo sendo uma espécie de sequência. Melhor deixar de lado e encarar mesmo o livro…

É fã de Entrevista com o Vampiro? Qual sua cena preferida do filme? E quais outros filmes sobre vampiros merecem ser lembrados e revistos? Deixe seu comentário aqui no blog!

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