Ontem, dia 1º de julho, foi aniversário de um dos filmes de ação mais influentes e celebrados da década de 1990: O Exterminador do Futuro 2 – O Julgamento Final (Terminator 2: Judgment Day, 1991). Já se vão 22 anos desde a estreia da ficção científica de James Cameron que alavancou de vez a carreira de Arnold Schwarzenegger e encheu os olhos de uma geração de espectadores com efeitos especiais à frente do seu tempo. Lembram do T-1000 (o robô assassino de metal líquido) emergindo de um tapete xadrez? E do Exterminador revelando seu braço biônico, a fim de convencer um executivo de que ele estava lidando com algo vindo do futuro? Coisas de James Cameron. Não à toa, a produção ganhou 4 Oscar, incluindo melhores efeitos especiais e maquiagem.
Lembro da minha época de guri, quando ainda morava em Rio do Oeste, pequena cidade de Santa Catarina, super empolgado porque O Exterminador do Futuro 2 iria passar na Tela Quente naquela noite. Não havia cinemas por perto, então é óbvio que fui ver o filme só bem depois de julho de 1991, na TV mesmo. A chamada para o filme com algumas cenas já me deixou deslumbrado.
Assim, sou um pouco suspeito para falar, mas até hoje considero O Exterminador 2 um dos melhores filmes de ação já feitos. Apesar de ser do gênero “tiros e explosões”, é uma produção que não subestima seu público, muito pelo contrário. A trama cheia de idas e vindas, os paradoxos da viagem no tempo (o futuro líder John Connor envia do futuro um robô ao passado para salvar a si mesmo), a trilha sonora descolada (com direito a música do Guns N’Roses) e, claro, as sequências movimentadas do início ao fim tornam a produção atemporal, para ser vista e revista com frequência.
Mas o melhor do segundo filme da série, ao meu ver, é mesmo a química entre o jovem John Connor e seu protetor, O Exterminador. John é o típico adolescente rebelde e esperto, interpretado com desenvoltura por Edward Furlong (onde esse cara foi parar mesmo?). Em pouco tempo, ele e o robô do futuro desenvolvem uma relação próxima, não só de protetor e protegido, mas até de pai e filho. Reside aí o alívio cômico do filme, onde, em vários momentos, John tenta ensinar ao truncado Exterminador como falar e agir, sem parecer necessariamente um robô assassino frio e calculista. Vale lembrar que o pai biológico de Connor é justamente um agente que foi mandado por ele mesmo para proteger sua mãe, Sarah Connor, no primeiro filme. Mais um paradoxo “explode-cabeças”. Faz sentido? Nem adianta perder tempo pensando a respeito.
Durante uma viagem de carro, surge um dos melhores diálogos entre John e o Exterminador, em que o garoto tenta ensinar um pouco mais de “marra” ao robô. Vem daí o famoso “hasta la vista, baby”:
John Connor: No, no, no, no. You gotta listen to the way people talk. You don’t say “affirmative,” or some shit like that. You say “no problemo.” And if someone comes on to you with an attitude you say “eat me.” And if you want to shine them on it’s “hasta la vista, baby.”
The Terminator: Hasta la vista, baby.
John Connor: Yeah but later, dickwad. And if someone gets upset you say, “chill out”! Or you can do combinations.
The Terminator: Chill out, dickwad.
John Connor: Great! See, you’re getting it!
The Terminator: No problemo.
Uma continuação foi rodada em 2003, desta vez sem Cameron na direção. O Exterminador do Futuro 3 – A Rebelião das Máquinas (Terminator 3: Rise of the Machines, 2003) ficou bem aquém dos dois filmes anteriores, mas pelo menos deu um final decente à trilogia, mostrando que a batalha entre humanos e a Skynet sempre foi mesmo inevitável. O Exterminador do Futuro – A Salvação (Terminator Salvation,2009) foi lançado seis anos depois, desta vez mostrando o adulto John Connor, em sua batalha contra as máquinas. Apesar das boas cenas de ação e do clima à lá “Mad Max”, é uma continuação dispensável. Caça-níqueis, sejamos sinceros. Tanto que outras sequências planejadas não foram pra frente.
Agora, fala-se em um reboot da série, com previsão de lançamento já para 2015. Quem acompanha o blog sabe como tenho ojeriza a essa tendência de Hollywood de tentar “reinventar” velhos sucessos do passado para uma nova geração de espectadores. Escrevi sobre isso aqui. Com a série O Exterminador do Futuro não é diferente. OK, sabe-se que Arnold Schwarzenegger estará no filme, mas isso não é garantia alguma. Na verdade, o tempo de Exterminador dele já passou, convenhamos.
A Paramount divulgou inclusive a data de estreia: 26 de junho de 2015. Não há ainda um diretor, mas dois roteiristas já foram contratados. A ganância dos executivos do estúdio foi grande: o reboot deve ser o primeiro filme de uma trilogia. Não há detalhes sobre a trama, se será uma releitura dos eventos anteriores ou se trará uma espécie de linha temporal alternativa. Já há rumores que falam que um dos adversários de Schwarzenegger será Dwayne Johnson, o “The Rock”, visto recentemente na série Velozes e Furiosos.
É esperar pra ver (não que eu esteja ansioso). E você, está animado com a possibilidade de ver O Exterminador novamente na telona? Qual seu filme preferido da saga?
Pra relembrar, assista abaixo a algumas cenas “épicas” do segundo filme!