Quer se programar para saber ao que assistir no Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba, em meio ao imenso e variado cardápio de filmes? Seguindo com a série de posts produzidos por alunos do curso de Jornalismo da Universidade Positivo, o blog traz duas sugestões de longas que já passaram pelo festival mas serão reapresentados nesta terça-feira (03). Os textos são de autoria dos estudantes Joana Castro e Marco Oliveira. Todas as matérias e análises feitos por essa rapaziada estão sendo publicados no portal Teia Notícias.
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140 caracteres de Mary
Joana Castro, 4.º ano de Jornalismo da Universidade Positivo
Já imaginou se todos os seus tweets virassem um filme? Pois foi exatamente o que o diretor tailandês Nawapol Thamrongrattanarit fez em Mary is Happy, Mary is Happy, longa em cartaz no Olhar de Cinema. O cineasta se utilizou de 410 tweets reais de uma garota anônima como trampolim para criar um mundo fantasioso de uma adolescente asiática contemporânea.
Desse modo, a narrativa conta uma história baseada em fatos reais, mas que são interpretados de maneira diferente. Em suas publicações na rede social, “Mary” conta sobre sua vida e entra em temas como amor, amizade, solidão e escola.
Como qualquer adolescente, a menina dramatiza fatos de sua vida que, no filme, são encenados como se aquilo realmente tivesse acontecido. A crise existencial, o amor não correspondido, as habilidades colocadas em prova. No longa todos estes episódios são escritos manualmente em pequenos papéis como uma forma de representar os 140 caracteres de Mary.
Thamrongrattanarit aprendeu sozinho a fazer curtas-metragens, enquanto ainda era um estudante universitário. Seu longa-metragem, 36, ganhou o New Currents Award no Festival de Cinema de Busan em 2012. Ele é também roteirista profissional.
Mary is Happy, Mary is Happy será reapresentando no festival nesta terça-feira (03), às 17h30, no Espaço Itaú de Cinema (Shopping Crystal). Confira abaixo o trailer do filme:
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Isolados em alto mar
Marco Oliveira, 3.º ano de Jornalismo da Universidade Positivo
Retratar a realidade de marinheiros indianos e todos os processos que uma embarcação realiza na hora de transportar cargas de inúmeros tipos. Essa é a premissa do documentário From Gulf to Gulf to Gulf, dirigido por Shaina Anand e Ashok Sukumaran e exibido na mostra Novos Olhares do Festival Internacional de Curitiba.
O filme mostra como são os bastidores desta às vezes sofrida e intensa atividade, a que velhos, adultos e crianças recorrem como forma de sobrevivência. Durante todo o filme, os marinheiros buscam e levam cargas e se obrigam a viver a maior parte do tempo em alto mar. Muitos não vem a família e o único afeto que recebem chega dos amigos que fazem durante um trajeto e outro.
Dentro da embarcação a cultura indiana surge como um elemento muito forte, desde a culinária até a dança. A comida é feita com poucos utensílios e a variedade é mínima. Os trabalhadores dão sorte quando pescam algum peixe – algo extremamente difícil quando o barco está em alta velocidade, rumando para a entrega ou em busca de alguma mercadoria. Ao fim, apenas os marinheiros mais experientes conseguem fisgar algo a mais para o jantar.
Com dias e dias de navegação, o pensamento às vezes é vago e longe. Os sentimentos se misturam, se confundem. Um cenário desolador que é embalado pelas músicas ao longo do filme, responsáveis por compor um panorama de morte, amizades e romances — sendo a morte um paradoxo sempre presente, já que surge como uma opção em um mundo no qual o trabalho exaustivo é o único modo para viver.
O documentário From Gulf to Gulf to Gulf será reexibido nesta terça-feira (03), às 16h45, no Espaço Itaú de Cinema (Shopping Crystal).
Os ingressos para o festival custam R$ 5 e R$ 2,50 (meia entrada). Confira aqui a programação completa.
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