Mês passado, prometi que publicaria semanalmente aqui no blog as listas compiladas pela revista Sight & Sound, do British Film Institute (BFI), que mostram quais são os melhores filmes da história na visão de vários diretores consagrados. Entre folgas e outros temas que surgiram no meio do caminho, acabei deixando o assunto de lado, mas o retomo a partir de hoje. Vale lembrar que o primeiro post da “série” trouxe os 10 filmes preferidos do grande Francis Ford Coppola – acesse a compilação aqui. Se você quiser procurar outras listas por conta, basta acessar o site especial da Sight & Sound.
Desta vez, o blog traz as obras preferidas de um dos atuais “queridinhos” da indústria: o roteirista e diretor norte-americano David O. Russel, que nesta semana recebeu o Globo de Ouro de melhor comédia com o seu Trapaça (American Hustle) — o filme estreia dia 24 de janeiro por aqui.
David (vou tomar a liberdade de chamá-lo pelo primeiro nome, como se fosse um amigo próximo) tem emplacado uma série de filmes que receberam uma boa aceitação de pública e crítica. Suas duas últimas obras, O Lado Bom da Vida (Silver Linings Playbook, 2012) e O Vencedor (The Fighter, 2010) foram indicadas ao Oscar de Melhor Filme e Melhor Direção – O Lado Bom da Vida também lhe rendeu uma indicação por Melhor Roteiro Adaptado. E Trapaça tem surgido como uma aposta certa para concorrer a estatuetas neste ano.
Antes disso, o diretor já havia causado barulho com Três Reis (Three Kings, 1999), sua primeira grande produção para Hollywood e um inspirado filme de ação que também pode ser visto como uma comédia de humor negro. David é uma espécie de jovem autor na indústria, normalmente escrevendo, dirigindo e até produzindo seus filmes. Antes de ir para trás das câmeras, porém, trabalhou como jornalista e analista de roteiros na MGM.
Sem mais delongas, segue a lista dos 11 melhores filmes da história do cinema na visão de David O. Russel (a relação não é em forma de ranking):
– Veludo Azul (Blue Velvet, 1986), dirigido por David Lynch
– Chinatown (1974), dirigido por Roman Polanksi
– O Discreto Charme da Burguesia (Le charme discret de la bourgeoisie, 1972), dirigido por Luis Buñuel
– O Poderoso Chefão: Parte 1 (The Godfather, 1972), dirigido por Francis Ford Coppola
– Os Bons Companheiros (Goodfellas, 1990), dirigido por Martin Scorsese
– Feitiço do Tempo (Groundhog Day, 1993), dirigido por Harold Ramis
– A Felicidade Não se Compra (It´s a Wonderful Life, 1947), dirigido por Frank Capra
– Pulp Fiction: Tempo de Violência (Pulp Fiction, 1994), dirigido por Quentin Tarantino
– Touro Indomável (Raging Bull, 1980), dirigido por Martin Scorsese
– Um Corpo que Cai (Vertigo, 1958), dirigido por Alfred Hitchcock
– O Jovem Frankstein (Young Frankstein, 1974), dirigido por Mel Brooks
O interessante é que muitos desses filmes estariam na lista de preferidos de qualquer cinéfilo e mesmo de espectadores ocasionais. Há algumas unanimidades entre os críticos, como Um Corpo que Cai (que está no topo da lista definitiva da Sight & Sound), O Poderoso Chefão e Touro Indomável (que também estava na lista de Coppola, publicada aqui no blog). E há aqueles que, apesar de não figurarem nas relações dos melhores de todos os tempos, são adorados por muita gente. Caso de Pulp Fiction, Veludo Azul, Os Bons Companheiros, Chinatown e comédias como Feitiço do Tempo e O Jovem Frankstein.
“Sempre adorei o cinema. Eu amava de coração. Eu ia ver o mesmo filme cinco ou seis vezes, e o relembraria em minha cabeça por semanas e meses, provavelmente, no limite da neurose. E eu sempre digo que todos esses grandes filmes dos anos 1970 foram minha formação cinematográfica”, disse o diretor ao jornalista Kevin Conroy Scott.
Resumo da ópera: David é gente como a gente, e seus gostos, naturalmente, se traduzem em filmes acessíveis. Afinal, quem aí não vibrou e se emocionou com O Lado Bom da Vida?
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O que achou da lista de Russel? Entre os filmes citados pelo diretor, quais os seus preferidos? Comente aqui no blog!
É um entusiasta de listas sobre filmes e outras compilações? Então confira os posts abaixo, porque o tema não é novo aqui no blog:
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