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Ex-agente da lei (ou combatente de guerra) perde a família num fogo cruzado entre bandidos da máfia. Ele decide, então, fazer justiça com as próprias mãos. Seguindo um desejo insaciável de vingança, desafia criminosos e deixa atrás de si um rastro de destruição, passando a ser perseguido também pela própria polícia.

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A premissa acima encaixaria bem em uma infinidade de filmes policiais e de ação, certo? Cá entre nós, já vimos relances dessa história antes algumas vezes, seja na adorada série Desejo de Matar (Death Wish), com Charles Bronson, até nos inúmeros filmes B de Steven Seagal. A clássica trama do exército de um homem só em busca de vingança também norteia os quadrinhos de um dos anti-heróis mais famosos da Marvel, O Justiceiro, alter-ego do fuzileiro Frank Castle.

Castle é um ex-combatente da Guerra do Vietnã que, em um inocente piquenique no Central Park, teve a esposa e os dois filhos mortos num tiroteio entre criminosos. Ele sobrevive e, a partir de então, dedica a vida a dar cabo de tudo quanto é tipo de bandido, desde traficantes de rua até chefões da máfia – sempre vestindo uma camisa ou colete com a famosa caveira branca na frente. Assim, o Justiceiro se diferencia em muito dos colegas de quadrinhos que escalam paredes e disparam lasers pelos olhos. Não tem super poderes, muito menos é invulnerável. Além disso, tem um código de conduta que deixaria os defensores dos direitos humanos com o cabelo em pé. Para Castle, bandido bom é bandido morto. E ponto final.

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Justamente por ser um “super-herói” mais verossímil, com uma premissa já trabalhada em vários filmes de ação, seria de se imaginar que as adaptações para o cinema do Justiceiro chegassem à telona sem dificuldades. Ledo engano. O personagem talvez seja um dos poucos dos quadrinhos que já ganhou as telas sempre com um ator e abordagens diferentes.

O primeiro a interpretar Frank Castle foi Dolph Lundgren, há 24 anos, no filme simplesmente intitulado O Justiceiro (The Punisher). Na época, adaptações de HQs ainda eram raridade e o filme foi visto como mais um genérico de ação, até porque o personagem sequer aparecia portando a roupa de caveira que tanto o marca. Hoje em dia, o Justiceiro de Lundgren é figurinha fácil na internet nas listas de piores adaptações de quadrinhos. Nem é tão ruim, pra quem gosta de tiros e matança. Mas é totalmente dispensável.

Uma nova tentativa foi feita um bom tempo depois, em 2004, dessa vez trazendo Thomas Jane como o combatente das ruas. Também chamado de O Justiceiro (The Punisher), o filme teve uma recepção morna dos fãs, que reprovaram a escolha do ator para viver o personagem, até por uma questão de semelhança física – nisso, Lundgren saia ganhando. A questão aqui é que o roteiro não ajudou nem um pouco e as atuações, inclusive do vilão canastrão vivido por John Travolta, são vergonhosas. A sequência final é insólita: após passar o rodo nos bandidos (inclusive com arco e flecha), o Justiceiro prepara uma explosão com dezenas de carros que, depois de pegarem fogo, formam uma gigantesca figura da caveira do personagem. Não colou, e o filme não se salvou nem como filme de ação genérico. Thomas Jane, que sempre se disse um fã ardoroso do Justiceiro, poderia ter pensado duas vezes antes de embarcar numa furada dessas.

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A terceira e última adaptação (pelo menos até o momento) foi a que mais se aproximou do espírito dos quadrinhos e da figura séria e dramática de Frank Castle. A escolha do protagonista ajudou: o escolhido da vez foi Ray Stevenson, mais conhecido por sua presença na série de TV Roma. O Justiceiro: Em Zona de Guerra (Punisher: War Zone, 2008) não perde tempo esmiuçando novamente a origem do personagem. O roteiro vai logo ao que interessa e bota Castle em um embate com um de seus vilões mais doentios das HQs, o Retalho (vivido por Dominic West). Outros nomes dos quadrinhos são lembrados, como o “parceiro” do Justiceiro e expert em tecnologia Microchip, e o detetive atrapalhado Soap.

Apesar de receber censura alta devido às várias cenas fortes de violência (que é o que os fãs queriam ver) e ser melhor cotado do que as outras duas adaptações, Em Zona de Guerra teve uma série de problemas. A produção do filme foi tumultuada e a diretora Lexi Alexander chegou a ser afastada por um tempo. Pra “ajudar”, a recepção do público foi fria e, no Brasil, o filme nem sequer passou pelos cinemas, sendo lançado direto em DVD.

Agora, o destino do Justiceiro no cinema é incerto. Os produtores e executivos de Hollywood parecem estar escaldados e, por enquanto, não há notícias sobre novas adaptações. Uma série de TV chegou a ser cogitada, mas o projeto foi engavetado.

Thomas Jane, talvez para se redimir do filme de 2004, se envolveu ano passado na produção de um curta-metragem independente chamado Dirty Laundry, em que ele volta a viver o Justiceiro. O tom do curta é muito diferente do filme e, para surpresa dos fãs, é bom mesmo! Assista abaixo:

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E aí, qual o seu filme preferido do Justiceiro? Ainda sonha com uma adaptação que realmente faça jus ao personagem? Comente aqui no blog!