Há um mês fiz um post aqui no blog sobre as expectativas para a nova releitura do Superman no cinema, O Homem de Aço (Man of Steel). Assim que a data de lançamento se aproxima – a estreia é daqui a duas semanas nos Estados Unidos – novos rumores sobre a produção pipocam aqui e ali. Aí, é difícil não voltar ao assunto.
Um dos artigos mais interessantes e que lança luz sobre o rumo do filme e decisões feitas pelos produtores foi publicado semana passada pelo site Collider, que esteve no set acompanhado do diretor Zack Snyder. Em um longo artigo, o correspondente Steve Weintraub lista 60 coisas que já é possível dizer sobre O Homem de Aço, incluindo cenas do filme e abordagens da mitologia do herói.
O artigo está em inglês, mas o Omelete, que é parceiro do Collider, reproduziu parte do material e listou 30 informações que, queira ou não, colocam ainda mais em alta as expectativas sobre a produção, que chega ao Brasil praticamente um mês depois do lançamento americano, em 12 de julho. Abaixo, reúno do artigo do Omelete as cinco considerações que julgo mais interessantes sobre o filme (trechos em itálico), que vêm de encontro inclusive ao post que já tinha preparado aqui pro blog. Ah, o Goyer a que o artigo se refere em alguns momentos é David Goyer, um dos roteiristas do filme e co-responsável também pela história da trilogia do Batman de Christopher Nolan – que, não custa lembrar, é produtor do O Homem de Aço.
Importante: as informações abaixo contém um pequeno grau de spoilers. Por isso, se você quer entrar no cinema sem saber exatamente nada sobre o filme, melhor passar batido…
O Homem de Aço é um filme “realista”, em certo sentido, porque os realizadores tentam explicar tudo de um ponto de vista lógico e científico: como armas afetam os vários personagens ou quão mais forte, enfim, é um kryptoniano em relação a um humano.
Esta é uma das considerações que já estavam sendo feitas desde o início da produção do filme, muito em parte pela presença de Christopher Nolan na concepção do projeto. Certamente uma herança da abordagem mais realista também adotada na trilogia do Batman, que se mostrou bem-sucedida, devido ao sucesso de público e crítica. Não quer dizer que teremos um Superman sombrio, mas sim que, na medida do possível, a fantasia por si só deve ser deixada de lado.
Boa parte da trama envolve a Terra descobrindo que Superman existe. O roteirista David Goyer diz que quase toda versão de Superman começa com Clark adolescente até a vida adulta, mas o mundo aceita Superman sem muito susto. Goyer acha que se Superman realmente aparecesse na Terra, seria um momento em que as pessoas questionariam tudo, de religião ao entendimento do próprio universo.
Essa informação dialoga com a anterior. E, realmente, faz todo o sentido. Concordo com Goyer. Em todos os filmes anteriores, foi feita pouca ou nenhuma menção à influência da presença do Superman na Terra. Indo por este tom realista, parece lógico que o aparecimento de um ser de outro planeta que voa por aí, levanta tanques como se fossem de papel e é invulnerável, seria de um impacto enorme para a humanidade, mesmo para aqueles que nunca chegarão perto de Superman. Não deixa de ser uma boa premissa para um filme de super-herói. Esta é uma diferença essencial em relação às produções da Marvel, por exemplo, em que deuses e hordas de aliens invadem o planeta e, momentos depois, a vida segue como se nada tivesse acontecido. Claro, são abordagens bem diferentes, que funcionam cada uma à sua maneira.
Segundo Goyer, Superman precisa tomar decisões horríveis em casos em que não há o certo ou o errado. Basicamente, não importa o que ele faça, isso sempre afetará alguém negativamente.
Essa questão já veio à tona no segundo trailer do filme, em que o jovem Clark Kent salva um ônibus escolar do que parece uma enxurrada ou um acidente em um rio, expondo, assim, seus supor poderes. Seu pai adotivo, Jonathan Kent, dá uma bronca nele e fala que, talvez, tivesse sido melhor se o garoto não tivesse prestado socorro. É um questionamento forte, mas que talvez faça sentido, quando Jonathan fala que talvez o mundo ainda não esteja preparado para a chegada de um super homem. E, mais uma vez, vai na linha de tornar o filme o mais realista possível – certamente a guerra entre Superman e os outros kryptonianos gerará efeitos colaterais. Em um dos trailers, Faora, uma das comparsa de Zod, ameaça: “a cada humano que você salvar, mataremos milhares de outros”.
Zod não é um vilão ensandecido; seu ponto de vista não é irracional. Sua motivação parte dos códigos morais de Krypton.
Tudo indica que a obsessão de Zod pelo Superman e a sua chegada à Terra não será aleatória. O último trailer, em que o vilão apela aos humanos para que entreguem Kal-El, considerado uma espécie de fugitivo, reforça isto. Vilões maniqueístas, que querem simplesmente “dominar o mundo” estão mesmo fora de moda.
Superman – O Retorno confundiu o público mais jovem porque assumia que as pessoas já tinham assistido ao Superman de Richard Donner. Com O Homem de Aço, eles procuraram reapresentar a origem e a história de Superman ao público.
Nada mais justo. É o que Christopher Nolan fez em seu Batman Begins (2005). É difícil achar hoje quem não saiba quem é Batman ou Superman, mesmo sem nunca ter lido alguma história em quadrinho dos dois. O que não significa que o público de cinema esteja preparado para cair de paraquedas em uma história que apresente estes heróis já consolidados. Recontar a origem do personagem, nem que seja pela décima vez, também é uma oportunidade de oferecer algo novo, adaptado para os “novos tempos”.
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E aí, qual a sua expectativa para o filme? Segundo as informações acima, e as que estão nos artigos do Omelete e do Collider, você acha que Zack Snyder e Christopher Nolan vão dar o rumo certo para o Superman?
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