Este fim de semana, assim como muita gente, dei uma passada no cinema pra conferir Homem de Ferro 3 (Iron Man 3). Filme divertido, que serve como um bom desfecho para a trilogia – caso os executivos da Marvel Studios resistam à tentação de prolongar a saga do herói na telona.
Interessante notar que, neste terceiro episódio, há muito mais Tony Stark na tela do que o Homem de Ferro em si. Não à toa. As cenas de ação e os efeitos especiais de primeira linha estão lá, mas a principal atração do filme continua sendo a atuação espirituosa de Robert Downey Jr. Não tem mais jeito. Downey Jr. tem uma carreira fértil no cinema (com muitos altos e baixos), mas, a partir de agora, será sempre lembrado como o Homem de Ferro.
Difícil mesmo imaginar outro ator interpretando o enlatado. E isto me lembra outra questão: o papel dos atores escolhidos no sucesso – ou fracasso – das adaptações de histórias em quadrinhos, notadamente aquelas de super-heróis. O Superman de Henry Cavill está chegando aí e, somente pelos trailers, percebe-se que meio caminho já está andado. Será que finalmente a imagem icônica de Cristopher Reeve voando com o S vermelho no peito ficará mesmo restrita aos nostálgicos? Em julho saberemos.
Para citar outros filmes recentes que acertaram em cheio na escolha dos protagonistas, basta se lembrar de Ron Perlman como Hellboy ou o onipresente Hugh Jackman como o mutante Wolverine – que concentrou as atenções nos filmes dos X-Men mas passou vergonha no voo solo. Não se trata de um super-herói, mas, nessa linha, vale citar também o Marv de Mickey Rourke, em Sin City – A Cidade do Pecado (Sin City, 2005).
Por outro lado, são vários os casos de adaptações em quadrinhos que naufragaram muito em parte devido à atuação equivocada dos atores na pele de personagens icônicos. Claro, na maior parte das vezes os pobres coitados nem têm culpa – afinal, há um roteiro que precisa ser seguido e é aí, na história fraca e nos diálogos clichês, que algumas estrelas de Hollywood se afundam.
Já é piada batida falar, por exemplo, da participação do galã George Clooney no circense Batman e Robin (1997). Ele mesmo renega sua participação no filme de Joel Schumacher, que, na adaptação anterior, Batman Eternamente (Batman Forever, 1995), já havia colocado Val Kilmer em maus lençóis. Se lembram do Top 5 dos cinco momentos mais constrangedores de Batman e Robin?
Mais recentemente, depois de muita expectativa, cinéfilos e fãs de quadrinhos saíram da sessão de cinema sem entender que diabos Ryan Reynolds estava fazendo no uniforme do Lanterna Verde, na adaptação de Martin Campbell (Green Lantern, 2011). Não bastasse a cara de tolo que Reynolds carrega consigo neste e em outros filmes, a chegada às telas do Lanterna Verde assumiu um tom propositalmente infantil, numa tentativa de fazer um filme para “toda a família”. A máscara de Reynolds, que parece saída de alguma série da Disney Chanel, é um exemplo emblemático de uma adaptação que errou no tom. Justamente em um momento em que o herói fazia bonito nas histórias em quadrinhos, após ser literalmente renascido nas mãos do roteirista Geoff Johns e do desenhista brasileira Ivan Reis.
Exatamente dez anos atrás, era a vez de Demolidor – O Homem Sem Medo (Daredevil, 2003) virar alvo da fúria dos fãs. E nem precisava ser daqueles xiitas pra isso. Não sei qual dos papeis é mais constrangedor: Ben Affleck na pele do Demolidor ou a insossa Jennifer Garner tentando dar uma de mulher fatal como Elektra. A ficha parece não ter caído para os produtores e Elektra ganhou inclusive um filme solo (Elektra, 2005), execrado na mesma intensidade.
O Justiceiro de Thomas Jane no filme de 2004 já foi citado aqui no blog. Parece covardia, mas difícil não falar também de Nicolas Cage nos dois filmes do Motoqueiro Fantasma, de 2007 e 2011.
Esses são só alguns exemplos que vêm com facilidade à cabeça. Mas não são os únicos casos. Para você, quais outros atores se meteram em uma roubada ao assumir o papel de super-heróis no cinema?
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