Sunshine, de Danny Boyle: arroubos visuais em uma trama intimista (Foto: Divulgação)| Foto:

Assisti uns dias atrás ao sci-fi Sunshine – Alerta Solar (Sunshine), filme dirigido pelo inglês Danny Boyle. Gosto muitos de vários filmes do diretor, mas nunca tinha prestado muita atenção neste. Tanto que só adquiri pra coleção porque o DVD fazia parte de um box que achei em um supermercado de Curitiba, a um preço super módico. Os outros filmes eram Extermínio (28 Days Later, 2002) e A Praia (The Beach, 2000).

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Aí, veio a surpresa. Talvez justamente pela ausência de qualquer expectativa. Sunshine é um competente e belo filme, que circula por vários gêneros. E digo belo no sentido estético mesmo. Como de praxe, Boyle dedica uma atenção especial à fotografia, proporcionando uma imersão ao espectador junto ao sol gigante e dourado que acompanha toda a trama. Provavelmente esse foi um bom filme para se assistir na tela grande.

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Ao mesmo tempo, Sunshine tem vários “momentos”. Pode ser um suspense, uma aventura, um drama com aspirações existenciais ou mesmo um sci-fi de horror, na tradição da série Alien. Aí também reside um obstáculo para alguns espectadores, que certamente reclamarão do ritmo mais arrastado do início – ou da mudança total de clima no final, quando o filme assume ares de terror, com direito a “monstro” do espaço.

Uma breve sinopse: em um futuro próximo, um grupo de astronautas, cada um com sua especialidade, é enviado em uma missão ao espaço com o objetivo de, literalmente, bombardear o Sol, que está “morrendo”. É neste seleto grupo, enfim, que residem as últimas esperanças da humanidade. A pressão é ainda maior porque, anos antes, outro grupo já havia se responsabilizado pela mesma empreitada. Fracassaram e, desde então, não deram mais notícia.

Missões espaciais com o objetivo de salvar o planeta não são novidade no cinema. Dá pra lembrar fácil, por exemplo, de Armageddon (1998) e Impacto Profundo (Deep Impact, 1998). Em Sunshine, porém, o tom é muito mais intimista, abrindo mão inclusive do dramalhão – os humanos deixados para trás no planeta Terra nem sequer aparecem na trama (apenas em poucos segundos no final), o que reforça a sensação de isolamento a que os astronautas estão submetidos.

Como de praxe, logo algumas divergências começam a surgir no grupo – assim como o real caráter dos personagens. Junto a isso, vêm à tona a intrigante adoração e submissão que o Sol, cada vez mais próximo, é capaz de exercer entre os tripulantes. O nosso astro maior assume o protagonismo da história, sendo capaz, ao mesmo tempo, de matar e salvar. É como se personificasse o próprio Deus, declarando em alto e bom som que os astronautas são pequenos e irrisórios frente à sua magnitude.

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Não vale aqui dar mais detalhes da trama – até porque as reviravoltas são essenciais para manter a atenção do espectador ao longo da história. Muitos podem achar que o filme é insosso, com a pretensão de filosofar demais – não só pelas ações e diálogos dos personagens, mas pelos arroubos estéticos que inundam a tela, principalmente no desfecho. Mas é justamente por isso que Sunshine pode ser considerado um sci-fi acima da média. E, afinal, é um autêntico Danny Boyle, o que por si só, já merece nossa atenção.

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Já assistiu a Sunshine? O que achou do filme? Aproveitando, quais outros filmes do diretor Danny Boyle você indica?

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