Não adianta. Em todos os anos, a situação se repete. O dia 12 de junho costuma despertar sentimentos ambíguos de amor e ódio em muita gente – ainda mais em tempos de redes sociais, onde parece, nesta data, haver um confronto declarado entre solteiros e compromissados. Um lado quer aproveitar para mostrar ao mundo toda a sua paixão pelo próximo. O outro quer convencer aos demais que o bom mesmo é usufruir da solteirice sem precisar gastar dinheiro com presentes e saliva com declarações apaixonadas via Facebook.
Não deixa de ser, porém, uma data emblemática. Por isso, sem entrar no mérito da questão, o blog vai destacar aqui alguns filmes que merecem ser vistos pelos apaixonados nesta data – e em qualquer outro dia, claro. Até porque, apesar de boa parte das comédias românticas e romances em geral serem previsíveis, há muitas produções que se destacam por, pelo menos, apresentar abordagens e um desenrolar possíveis de cativar e divertir. OK, sabemos que em 98% dos casos o cara e a garota vão ficar juntos no final. A questão é o que ocorre até este happy ending e a solução que os roteiristas adotam para unir o casal.
Vale lembrar que, como sempre, o Top 5 não apresenta os melhores ou mais instigantes filmes da temática do post, mas sim aqueles que se enquadram na proposta e que servem como referência. Conto com o apoio dos colegas cinéfilos para sugerir tantos outros!
TOP 5: FILMES PARA ASSISTIR EM CLIMA DE ROMANCE
Simplesmente Amor (Love Actually, 2003)
Filmes com várias tramas e personagens independentes que, ao fim, se entrelaçam em uma única história ou tema não são novidade já há um bom tempo. A fórmula, ultimamente, tem sido a mesma: reúne-se um grande elenco e um grande tema e aí, deixa-se que os episódios se desenrolem por conta. O problema é que, geralmente, a trama do personagem X se sobressai em muito em relação ao personagem Y, enquanto o personagem Z está ali apenas para “cumprir tabela”. E por aí vai. Simplesmente Amor, dirigido por Richard Curtis – roteirista dos dois Bridget Jones e Um Lugar Chamado Notting Hill – não padece deste mal. A história se passa boa parte em Londres, às vésperas do Natal. Há o rockstar decadente que quer emplacar um novo hit, o recém-viúvo ainda em luto, o menino que quer conquistar a garota mais bela do colégio, o primeiro ministro que se envolve com a nova secretária, a mãe de família em crise com o marido… há espaço para que cada personagem e trama se desenvolva, sem os arroubos costumeiros das comédias românticas, mesmo que o clima, em geral, seja festivo. Uma das sequências mais apaixonantes é a que envolve a declaração em segredo de um jovem à esposa do melhor amigo. Sem falar qualquer palavra, ele emociona a garota – e aos espectadores – com uma série de cartazes que fariam inveja a qualquer publicitário.
Alta Fidelidade (High Fidelity, 2000)
Tão divertido quanto o livro de Nick Hornby, o filme de Stephen Frears se sustenta na trilha sonora descolada e nas boas atuações – tanto que John Cusack foi indicado ao Globo de Ouro como melhor ator. Cusack é Rob, dono de uma loja de discos que passa os dias organizando sua coleção, gravando fitas K-7 e montando listas com seus esquisitos atendentes. E não só listas de músicas ou LPs. O filme começa justamente quando Rob termina o relacionamento de longa data com a namorada e, aí, passa a elencar para o espectador – de forma direta, olhando para a tela – os cinco rompimentos mais doloridos por quais já passou. Procurando entender os motivos, ele parte então atrás das ex-namoradas, numa jornada de autoconhecimento. Jack Black, mais contido do que de costume, rouba boa parte das cenas, incluindo aí o final alto astral. Assista, mas não deixe de ler o livro.
Moonrise Kingdom (2012)
Wes Anderson dificilmente erra, apesar de suas comédias dramáticas serem repelidas por boa parte do grande público, mais acostumado com gags visuais e estereótipos batidos. Já Moonrise Kingdom, lançado ano passado, tem potencial para agradar a gregos e troianos. A aventura juvenil de um garoto e sua namorada que fogem de casa e deixam seus famílias de cabelo em pé é um primor visual e de roteiro. Tão interessante quanto acompanhar os diálogos e desventuras do jovem casal é perceber o cuidado de direção, enquadramento e fotografia – é quase como se estivéssemos folheando um inspirado livro para crianças, com seus desenhos coloridos e personagens cativantes. Há comédia, drama, aventura e romance, tudo embalado em uma história autoral que conseguiu reunir um grande elenco, como Bruce Willis, Edward Norton, Bill Murray e Tilda Swinton.
Aconteceu Naquela Noite (It Happened One Night, 1934)
Primeiro filme da história do cinema a conquistar o Oscar nas cinco categorias principais – Melhor Filme, Direção, Ator, Atriz e Roteiro. Considerada até hoje por muitos como a comédia romântica definitiva, muito em parte pelo carisma e a química do casal de protagonistas, interpretados por Clark Gable e Claudette Colbert. Gable é um jornalista sem lenço nem documento (muito menos dinheiro no bolso) e Colbert é uma menina rica e mimada que fugiu da casa do pai e de seu noivo arranjado. Os dois se conhecem na estrada e, aí, passam a explorar um ao outro. Em Aconteceu Naquela Noite, Frank Capra dá uma aula de como bem utilizar uma fórmula que, se já não era nova, continuou servindo de mote para uma infinidade de filmes desde então: junta-se dois personagens que, no início, não se suportam, mas ao longo da história irão se apaixonar, superar as picuinhas e descobrir que foram feitos um para o outro. Uma das cenas mais famosas, que ficou para a posteridade, é a que apresenta Colbert mostrando as pernas na beira da estrada para pegar carona e parar o trânsito.
9 1/2 Semanas de Amor (Nine 1/2 Weeks, 1986)
Este é para aqueles casais mais “descolados”, que querem fugir das comédias românticas e partir para algo mais picante. Vale para lembrar que Mickey Rourke já foi galã e sex symbol (e olha que nem faz tanto tempo assim). Ele interpreta um sujeito misterioso e charmoso que, sem muita dificuldade, seduz uma vendedora de obras de arte, interpretada por Kim Basinger, e a arrasta para uma série de jogos sexuais nada ortodoxos. Apesar do jogo psicológico que envolve o casal, é evidente que o roteiro não se leva muito a sério e é apenas uma colagem de cenas ardentes entre Basinger e Rourke – com destaque para o strip-tease da protagonista ao som de You Can Leave Your Hat On, de Joe Cocker. Tratado como um romance erótico, fez muito sucesso no boca a boca aqui no Brasil e ficou um bom tempo em cartaz. Mickey Rourke voltou para uma continuação caça-níqueis em 1997, que foi simplesmente ignorada.
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