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ATENÇÃO: o texto abaixo contém alguns spoilers. Nada que comprometa a experiência de assistir à série, mas não custa avisar…

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Eu, definitivamente, não sou um cara muito fã de séries. Assisti somente à primeira temporada de The Walking Dead. Parei na quarta de Dexter. E (fiquem à vontade para me chamar de alienado) nunca vi qualquer episódio de Game of Thrones ou Breaking Bad.

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Aos poucos estou sendo obrigado a rever meus conceitos. Desde que assinei o Netflix, volta e meia dou uma espiada no que está rolando fora do formato essencialmente cinematográfico. Estou acompanhando já a segunda temporada da ótima House of Cards e, neste fim de semana, não resisti e conferi o primeiro episódio da série de Um Drink no Inferno (From Dusk Till Dawn), baseada no filme dirigido por Robert Rodriguez com roteiro de Quentin Tarantino, em 1996. O blog falou bastante sobre a obra no post “Vampiros, sexo e rock’n roll: por que Um Drink no Inferno merece ser cult“.

É isso mesmo. O filme cult (pelo menos pra mim), com George Clooney e Tarantino como dois irmãos assaltantes de banco que acabam enfrentando uma horda de vampiros, virou série de TV — nos EUA, ela passará no canal El Rey, enquanto em outros países, como Canadá, Inglaterra e Brasil, será distribuída via Netflix. Por isso, nada de todos os episódios serem liberados de uma vez só. Um Drink no Inferno – A Série terá dez episódios, liberados semanalmente pelo Netflix.

O primeiro está lá para quem quiser assistir desde a última quarta-feira (19). A história é baseada no primeiro filme, mas não trata-se de uma sequência dos acontecimentos ou um prelúdio. Robert Rodriguez, produtor da série e também diretor de alguns episódios, toma uma série de liberdades criativas para revisitar e expandir o universo do filme lançado em 1996, incluindo novos personagens e conceitos.

O cerne da trama continua o mesmo: dois irmãos assaltantes tentam cruzar a fronteira até o México para escapar de uma perseguição policial e acabam cruzando com vampiros asquerosos ao buscar abrigo em uma boate de beira de estrada. Ao invés de George Clooney e Tarantino como os Irmãos Gecko, temos aqui D.J. Cotrona e Zane Holtz, em uma versão mais nova e “bonitinha” da dupla. Aí já há o primeiro “porém”. Os irmãos Gecko da série não têm metade do charme e do carisma dos protagonistas do filme. Zane Holtz tenta, mas não chega perto do sujeito perturbado trazido à tela por Tarantino. E chega a ser sacanagem comparar Cotrona com George Clooney.

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Ao menos os dois têm companhia de outros personagens igualmente importantes para a trama. Somos apresentados a uma dupla de Rangers que acaba batendo de frente com os criminosos em uma mercearia de uma cidade do interior – sim, é a mesma cena que inicia o filme de 1996. No filme, a ótima sequência dura cerca de 5 minutos. Aqui, ela sustenta praticamente o primeiro episódio inteiro, sendo intercalada por flashbacks que apresentam os dois Rangers.

Fãs xiitas do filme irão se incomodar logo de começo. Quem assistiu ao Um Drink no Inferno original se lembra. Todos morrem, a mercearia explode pelos ares. Na série, um dos Rangers (que não existe no filme), interpretado por Jesse Garcia, sobrevive e, ao que tudo indica, passará a perseguir os irmãos movido por uma sede de vingança implacável. Trailers da série, porém, mostram o outro Ranger em cenas que não são vistas no primeiro episódio. Ele na verdade sobrevive ao tiroteio? São só mais flashbacks? É esperar pra ver.

Rodriguez também introduz outra mudança drástica: o comportamento fora da casinha de Richie, o irmão perturbado, seria resultado de uma influência dos vampiros (ou seja lá que tipo de monstro), que já estão de olho na dupla. É uma alternativa interessante, embora coloque por terra a sensação de estranhamento, surpresa e caos que funcionou tão bem na produção de 1996, quando, numa reviravolta insana, o filme policial de perseguição se transforma em um terror trash com ares de comédia.

O primeiro episódio tem 44 minutos e certamente é cedo para avaliar a série. Difícil, por enquanto, ignorar a sensação de produto caça-níqueis, que pega uma boa ideia e a explora ao máximo até esgotá-la. Até porque o formato é muito mais tradicional do que o filme, fora alguns pouquíssimos enquadramentos que surgem aqui e ali. A impressão é que o nome de Rodriguez está apenas nos créditos, já que o primeiro episódio, tal qual como ele se mostra na TV, poderia ser dirigido por qualquer outro diretor desconhecido. Talvez a série queira se levar a sério demais — justamente o oposto do conceito do filme. É aguardar e conferir.

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Assistiu ao primeiro episódio de Um Drink no Inferno – A Série? E aí, o que achou? Vale a pena acompanhar? Deixe seu veredicto nos comentários!

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