Texto com muito spoiler!!!
Quando li o final do primeiro livro da série Game of Thrones, que relata a morte do personagem principal — Ned Stark — eu fiquei tão abismado que joguei a edição na parede. Esta “frustração”, misturada com pitadas de raiva e surpresa, eu senti novamente ao terminar o primeiro episódio da segunda temporada de House of Cards, série criada pelo Netflix. Só não lancei o notebook pelos ares porque o equipamento, além de ser minha ferramenta de trabalho, é mais caro.
OK, Lucas, mas o que houve? Vamos lá. A repórter antiética Zoe Barnes (Kate Mara), minha personagem preferida, estava prestes a “ligar” a morte do deputado Peter Russo (Corey Stoll) ao agora vice-presidente dos Estados Unidos, Frank Underwood (Kevin Spacey). Mas não deu tempo. Durante uma conversa com ele em uma estação do metrô, a foca (jornalista iniciante) é derrubada na linha férrea. Como não tinha câmeras próximas ao local, o episódio foi taxado como suicídio.
Ponto para o Underwood. Ponto para a série. Jogar com a imprevisibilidade mexe com o telespectador — como mexeu comigo. E outra: a vida é assim, sem um roteiro pré-determinado.
O imprevisível continua quando a equipe que investiga a morte de Russo junto com Zoe — formada pelos jornalistas Lucas Goodwin (Sebastian Arcelus) e Janine Skorsky (Constance Zimmer) — começa a “ruir”. O primeiro a sair de cena é Goodwin, preso porque, no afã de desvendar toda a história, acaba caindo em uma cilada e vai para a cadeia. Depois é a vez de Janine, que desiste da briga por conta da pressão indireta de Underwood.
Novo inimigo
Com a queda dos repórteres, surge — ou ressurge, já que ele teve papel importante na primeira temporada — um novo inimigo. É o milionário Raymond Tusk (Gerald McRaney). O combate fica assim: de um lado ringue, um político persuasivo, capaz de dominar seus pares. Do outro, um homem endinheirado, com poder (econômico) para movimentar o Congresso. Ambos querem influenciar o presidente Walter (Michael Gill).
A briga entre ambos é a exemplificação de como a política e a economia podem mudar os rumos de um país. Neste caso específico, a “politicagem” levou a melhor. Graças a suas artimanhas e seu poder de persuasão, Underwood conquista o cargo mais importante do país: a presidência dos Estados Unidos.
Retrato
House of Cards tem a pretensão de ser o retrato da política atual. E consegue. O cenário, no entanto, é degradante e repleto de traições, intrigas e crimes. Se você quer conhecer esse meio, assista.
A minha única crítica ao seriado é a forma como os personagens são tirados de cena. A equipe jornalística, depois de perder a batalha para Underwood, desaparece da história. A secretária do deputado Peter Russo, Kristen Connolly, peça-chave na primeira temporada e no começo da segunda, também some de repente. Sei que é algo estabelecido em roteiro, mas o telespectador merece saber o que houve com um personagem.
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