A segunda-feira começa agitada no mercado dos concursos públicos. Nesta manhã desta segunda-feira (30), a Polícia Civil do Distrito Federal, através da Divisão Especial de Repressão ao Crime Organizado (Deco), deflagrou a segunda fase da Operação Panoptes, com o objetivo de dar sequência às investigações para desarticular uma organização criminosa que fraudava concursos públicos no Distrito Federal e em Goiás.
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De acordo com a polícia, estão sendo cumpridos 5 mandados de prisão preventiva, 3 de prisão temporária e 8 de condução coercitiva. Também estão sendo feitas buscas em 16 endereços de Goiânia e em cinco regiões do Distrito Federal.
A primeira fase da operação foi deflagrada em agosto. O nome da operação refere-se a um gigante de cem olhos da mitologia grega, em referência à necessidade de haver muitos olhos para ficar atento às fraudes em concursos públicos.
Primeira fase da Operação Panoptes
No dia 21 de agosto de 2017, a Polícia Civil do Distrito Federal deflagrou a Operação Panoptes, com o objetivo de apurar um esquema de fraude em concursos públicos. Esta fase inicial teve enfoque na suposta quadrilha que recebia dinheiro para garantir vagas a concurseiros em órgãos públicos. Na ocasião, Hélio Ortiz, Bruno Ortiz, Johann Gutemberg e Rafael Rodrigues foram presos preventivamente acusados de organização criminosa e fraude em certame de interesse público.
O grupo atuava com a promessa da aprovação em vestibulares e concursos. Integrantes do esquema abordavam candidatos nas portas de cursos preparatórios e também aliciavam via WhatsApp. Para aderir ao esquema, o concurseiro teria que desembolsar uma entrada, cujo valor chegava a R$ 10 mil dependendo do cargo desejado.
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Como ocorria a fraude
A fraude ocorria de várias formas. Numa delas, o candidato usava um ponto eletrônico e recebia o gabarito durante a prova. Outra esquema seria o concorrente utilizar aparelhos celulares deixados em alguma parte do local de prova, geralmente em banheiros, para a obtenção de respostas. Também havia a opção de pessoas alheias ao concurso usarem identidades falsas para realizar a prova no lugar dos verdadeiros concorrentes.
No caso de concursos, após a aprovação o candidato pagaria ainda um valor proporcional a remuneração inicial prevista no edital. Há relatos que, na maioria das vezes, os concorrentes adotaram sistemas de crédito consignado para arcar com este custo final.
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