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Não se sabe se esse era o objetivo, mas um vereador de Piraí, no interior do Rio de Janeiro, conseguiu virar celebridade na internet. Tudo por um discurso em plenário no qual rendeu uma série de “homenagens” aos moradores de rua.

Eis a colocação de José Paulo Carvalho de Oliveira, o Russo (PT do B):

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“Mendigo não tem de votar. Mendigo não faz nada na vida. (…) Eu acho que deveria até virar ração para peixe. Porque fica a gente trabalhando igual a um maluco para esses caras. Eu não dou nada para mendigo. Não adianta me pedir que eu não dou. Se quiser, vai trabalhar. Eu preciso trabalhar, eu levanto cedo para trabalhar, por que mendigo tem de votar?”

Russo não inventou a tese. Para falar a verdade, o fato é que os mendigos só puderam passar a votar a partir da Constituição de 1946. Já os analfabetos só entraram no time em 1988.

Dava para gastar milhares de palavras aqui falando sobre o preconceito do Russo. A questão é que ele representa um grupo que com certeza pensa igual a ele. E que não é pequeno.

Qualquer pesquisa boba vai detectar campanhas na internet contra o voto de beneficiários do Bolsa Família. No fundo, o que se tenta é constranger pessoas (quase sempre pela renda), para torná-los cidadãos de segunda classe na marra.

Recentemente, o presidente do STF, Joaquim Barbosa, disse que o preconceito no Brasil é como uma “nuvem de silêncio”. É verdade. O problema vai ser quando se transformar em uma tempestade bem barulhenta.

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