O instituto CNT/MDA divulgou nesta terça-feira (26) a primeira pesquisa de avaliação da gestão Jair Bolsonaro. No geral, há uma espécie de “congelamento” de ânimos do brasileiro em relação ao comportamento das eleições: 57,5% dos entrevistados, por exemplo, aprovam o desempenho pessoal do presidente (algo muito próximo aos votos que ele recebeu no segundo turno). Além disso, 39% avaliam o governo como bom ou ótimo, 29% como regular e 19% como ruim ou péssimo.
A segunda camada da pesquisa traz as informações menos óbvias. Algumas positivas para o presidente, outras alarmantes.
1 – A escolha dos ministros caiu bem (e a dos militares, melhor ainda)
44,2% consideram os ministros de Bolsonaro (genericamente) ótimos ou bons. Já 30,6% acham que são regulares e 13,9%, ruins ou péssimos. Outro dado interessante: 53,5% acham a presença de militares boa para o país, contra apenas 14,4% que consideram ruim. Vale lembrar que, dos atuais 22 ministros, 8 são militares (sem contar o vice Hamilton Mourão).
2 – A maioria sabe o que os filhos do presidente estão aprontando…
Para 56,8%, os filhos do presidente Jair Bolsonaro (o vereador do Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro, o deputado federal Eduardo Bolsonaro e o senador Flávio Bolsonaro) estão interferindo nas decisões do pai como presidente. Além disso, 58,3% estão acompanhando ou ouviram falar do caso que levou à exoneração do ex-ministro da Secretaria Geral da Presidência da República, Gustavo Bebianno. Entre eles, 73,3% acreditam que Carlos Bolsonaro influenciou na demissão.
3 – …e não aprova a interferência familiar
75,1% dos entrevistados avaliam que familiares, independentemente de serem ou não políticos, não devem influenciar um presidente da República nas decisões de governo.
4 – Menos da metade acredita que Bolsonaro vai unificar o país
Após uma eleição que rachou o país, 40,5% dos entrevistados responderam que a atuação de Bolsonaro como presidente vai contribuir para reduzir a separação política entre as pessoas. Já 21,6% afirmam que vai acirrar a separação política e 18,1% avaliam que não vai alterar.
5 – O brasileiro está otimista
Para 57,6%, o governo Bolsonaro mudará para melhor a vida dos brasileiros. Perguntado sobre cinco itens do seu cotidiano, em pelo menos quatro a opção mais positiva ganhou.
Emprego: vai melhorar: 51,3%, vai piorar: 17,2%, vai ficar igual: 28,7%
Renda mensal: vai aumentar: 33,8%, vai diminuir: 9,6, vai ficar igual: 51,2%
Saúde: vai melhorar: 41,7%, vai piorar: 19,2%, vai ficar igual: 36,0%
Educação: vai melhorar: 47,2%, vai piorar: 15,6%, vai ficar igual: 34,8%
Segurança pública: vai melhorar: 53,3%, vai piorar: 17,5%, vai ficar igual: 26,3%
6 – 27,5% não confiam em Bolsonaro nem em Mourão
39,2% dos entrevistados disseram confiar mais em Bolsonaro do que no seu vice, Hamilton Mourão. Já 27,5% disseram não confiar em nenhum dos dois e 16,3% confiam igualmente nos dois. Outros 6,6% dos entrevistados disseram que não conhecem o vice-presidente e 6,0% confiam mais nele do que em Jair Bolsonaro.
7 – A maioria desaprova o decreto das armas
Duas das cinco principais bandeiras do começo do governo Bolsonaro não são lá das mais populares. E a “surpresa” é o decreto que flexibiliza o porte de armas.
Decreto que flexibiliza a posse de armas: 42,9% aprovam e 52,6% desaprovam.
Reforma da Previdência: 43,4% aprovam e 45,6% desaprovam.
Reestruturação dos ministérios e órgãos federais: 62,2% aprovam e 21,3% desaprovam.
Salário mínimo em R$ 998,00: 29,5% aprovam e 66,9% desaprovam.
Pacote anticrime: 62,0% aprovam e 18,8% desaprovam.
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Metodologia: A pesquisa CNT/MDA ouviu 2.002 pessoas entre quinta-feira (21) e sábado (23) em 137 municípios de 25 unidades federativas. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais com 95% de nível de confiança.
Veja aqui a íntegra da pesquisa.
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