| Foto:
CARREGANDO :)

Antes de se definir, Alvaro foi procurado com duas propostas para concorrer ao Palácio do Planalto. Na primeira, recebeu convite para migrar ao PPS e ser candidato a vice-presidente de José Serra. Na segunda, foi sondado para disputar a Presidência por um partido que ele não revela o nome (nos bastidores do Congresso, comenta-se que seria o DEM).

O senador também foi convidado pelo presidente nacional do PV, José Luiz Penna, para se filiar à legenda. Nesse caso, o projeto seria o Palácio Iguaçu. Outros contatos tentaram lançá-lo, pelo PSDB, para o governo do Distrito Federal e do Rio de Janeiro.

Publicidade

Em meio a diferentes opções, Alvaro estipulou o Sete de Setembro como data-limite para seguir um caminho. Esperava que as manifestações sinalizassem algo. Como os protestos murcharam, achou que seria “mais coerente e menos turbulento” permanecer com os tucanos.

O que ele queria mesmo, no entanto, era participar do que chama de “missão maior”. Em 2010, Serra chegou a anunciá-lo como candidato a vice em uma chapa pura do PSDB. O arranjo foi desfeito quando o DEM nacional bateu o pé para ficar com a vaga e o irmão, Osmar Dias (PDT), oficializou a candidatura a governador apoiado pelo PT.

Desta vez, pesaram as incertezas. Serra mantém certa competitividade, mas está muitíssimo distante do potencial eleitoral que tinha há três anos. E, no caso de uma troca para o DEM, por exemplo, nada garante que o partido não poderia mudar de ideia até a convenção do ano que vem.

Brigar pelo Palácio Iguaçu em uma legenda pequena, com uma campanha polarizada entre Beto Richa (PSDB), Gleisi Hoffmann (PT) e talvez Roberto Requião (PMDB), também não seria uma aventura das mais fáceis. Assim como mudar o domicílio eleitoral para outro estado. Por tudo isso, preferiu a prudência – não é à toa que, em 42 anos seguidos de disputas eleitorais, Alvaro só perdeu duas vezes (em 1994 e 2002, quando concorreu a governador contra Jaime Lerner e Requião).

As últimas duas vitórias para o Senado, em 1998 e 2006, foram marcadas pela mesma estratégia de agora. Em acordos de bastidores, conseguiu excluir o máximo possível de rivais competitivos. Em 2006, por exemplo, teve como única adversária relevante uma ainda desconhecida Gleisi – ainda assim, venceu por apertados 50% a 45% dos votos válidos.

Publicidade

Ao se decidir por ficar no PSDB e concorrer ao Senado em 2014, Alvaro pacifica a coligação que sustenta Beto Richa. Em contrapartida, elimina possíveis oponentes dentro da chapa, que deve ter mais de dez partidos. Só faltou um nó, familiar, para desatar.

A possibilidade de uma disputa fratricida contra Osmar não está descartada. Os irmãos mantêm há décadas um acordo tácito de não se enfrentar nas urnas. O que tem ficado cada vez mais explícito, no entanto, é que desta vez a situação pode ser diferente.

Atual vice-presidente do Banco do Brasil, Osmar é o nome para o Senado que mais contribuiria para a campanha de Gleisi. E já disse que quer concorrer. Resta saber como é que fica depois da decisão de Alvaro – e se o mano mais velho continua com a preferência.