Em 2005, no auge do escândalo do mensalão, o senador Alvaro Dias (PSDB) ficou isolado na defesa da tese de que os tucanos deveriam ter insistido no impeachment de Lula. Na época, o medo da oposição era a falta de apoio popular. Uma década depois, a situação se inverteu: o parlamentar paranaense acredita que as ruas querem afastar Dilma, mas que ainda não há fato concreto para validar o processo.
“Há apoio popular, mas ainda não há sustentação jurídica para o impeachment”, diz. Líder da oposição no Senado, Alvaro se baseia no parecer do ex-presidente do STF, Carlos Ayres Britto, de que Dilma só poderia sofrer processo de impeachment por ilegalidades cometidas no atual mandato, que dura apenas dois meses e meio.
“É preciso que alguém apresente fatos de desvios atuais concretamente”, diz. Para ele, uma outra possibilidade é a comprovação de que dinheiro desviado em contratos da Petrobras tenha sido utilizado na campanha de Dilma de 2014.