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Em abril de 2012, a presidente Dilma Rousseff passou por um dos momentos mais constrangedores do seu mandato. Era a 15ª edição da Marcha dos Prefeitos a Brasília, evento organizado pela Confederação Nacional dos Municípios, e ela resolveu se contrapor à principal demanda dos gestores municipais: a votação de uma lei para redistribuição dos royalties do petróleo.

“Vocês não vão gostar do que eu vou dizer. (…) Não acreditem que vocês conseguirão resolver a distribuição de hoje pra trás. Lutem para resolver a distribuição daqui pra frente”, disse a presidente. A fala fazia (e ainda faz) muito sentido, mas ela não escapou das vaias.

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Ontem Dilma abriu em Brasília um megaevento, desta vez organizado pelo governo federal, destinado aos prefeitos em início de mandato. Aprendeu a lição do ano passado: fez um discurso moderado, gentil, e apresentou um pacotão de bondades para os prefeitos.

Ao invés de pisar no calo dos prefeitos como em abril, desta vez ela acertou o coração deles em cheio: a plateia foi ao delírio quando Dilma anunciou que todos os municípios brasileiros com menos de 50 mil habitantes vão receber retroescavadeiras e motoniveladoras do governo federal.

A promessa, para quem mora em grandes metrópoles, pode parecer perfumaria. Mas para quem mora numa cidadezinha, não é.

Dilma falou o que os prefeitos queriam ouvir. No Brasil (e, pensando bem, na maioria dos lugares do mundo) é assim que a política funciona.

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