“Betosmar”: de tão próximos, fica difícil separar

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Osmar Dias (PDT) apoiou Beto (PSDB) em 2004, que apoiou Osmar em 2006, que apoiou Beto em 2008. Com um passado tão “próximo” entre os dois principais postulantes ao governo do Paraná, fica difícil apontar diferenças entre os dois. E talvez o debate de hoje à noite na RPC-TV seja a última oportunidade para dissociar o ser “Betosmar” que se formou nos últimos anos.

Como escrevi no post “Extirpações, demos e piás de prédio”, as semelhanças entre partidos e políticos no Brasil têm levado as campanhas para um nível infantil de agressões. É só nisso que os dois têm se apegado até agora. E é só lembrar que nas sabatinas realizadas pela Gazeta do Povo semana passada, ambos disseram que o que os diferencia é a “ética” – um garante ter mais do que o outro.

E as propostas para conduzir o estado? Vale lembrar que as contas paranaenses não são lá uma maravilha. O dinheiro que sobra para investimentos é contado nos dedos (na prática, gira em torno de R$ 1 bilhão ao ano, enquanto Curitiba sozinha terá R$ 500 milhões para investir em 2011).

Do ponto de vista gerencial, no entanto, muito pouco ou quase nada distanciam os candidatos ao Palácio Iguaçu. Beto até promete enxugar a máquina, reduzir os gastos com custeio (o chamado “choque de gestão” de Aécio Neves em Minas Gerais), mas não diz exatamente quanto nem como.

Já Osmar garante que vai fazer sobrar dinheiro a partir de uma negociação para rever a dívida contraída pelo Paraná junto à União para sanear o Banestado (cerca de R$ 700 milhões ao ano). Proposta idêntica à de Requião sobre acabar ou baixar o pedágio. Prometer negociar ou brigar na Justiça é uma coisa, garantir que vai dar certo é outra bem diferente.

Por essas e outras seria excelente se os dois usassem o debate de hoje à noite para, enfim, mostrarem por que um é mais competente que o outro. Meu, palpite, no entanto, é que Beto vai continuar desengavetando tropeços pontuais de Osmar ao longo da carreira. E vice-versa.

Até nisso eles são iguais.

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