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Representantes do movimento Direita Ceará tentaram dar o pontapé que faltava para a campanha de Jair Bolsonaro no Nordeste: criar um forró que grude na cabeça do eleitor. De autoria do músico Alcides Fernandes, a música “Sou Bolsonariano” sugere que o Nordeste vai “tirar o país da lama” e pinta o pré-candidato como patriota, cristão e honesto.

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Como produção artística (e mesmo de marketing), o jingle está longe de ser empolgante. Mas é uma tentativa de reagir à ideia de que o Nordeste continuará sendo um reduto lulo-petista. E o prenúncio do que precisará ser feito na campanha: sem um grande jingle de forró, ninguém se elege presidente (e parece não ser apenas pelo apreço dos nordestinos).

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Em 1994, Fernando Henrique Cardoso (PSDB) tinha como principal jingle o “Levanta a Mão”, encrustrado no forró. Em 1998, remendou a versão para ganhar de novo de Lula.

Lula teve jingles brilhantes em todas as campanhas presidenciais (como o inesquecível Lula Lá) – mas nunca deixou os forrós de lado. O mais eficiente deles saiu da cartola na virada para o segundo turno de 2006. Quando o escândalo dos aloprados começou a prejudicar a disputa contra Geraldo Alckmin (PSDB), os marqueteiros tiraram da cartola o “Deixa o homem trabalhar”.

José Serra (PSDB), em 2010, tentou pularr na frente de Dilma Rousseff (PT) com uma paródia de “Tum, Tum, Bate coração” e uma cantora de timbre idêntico ao de Elba Ramalho. Não colou. Além disso, Elba não gostou e divulgou nota dizendo que não tinha nada a ver com o jingle.

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Em 2014, quando Aécio Neves (PSDB) começou a emplacar o discurso de mudança, novamente a reação petista foi um forró para Dilma. Na letra, a petista prometia que o que “estava bom iria continuar e que estava ruim iria melhorar”.

Dilma ganhou. Mas o que era ruim ficou pior. Porque forró elege presidente, mas não salva de impeachment.