É natural manter o pé atrás: quem vê o governante de plantão “patrocinando” eventos ou mesmo tirando uma lasquinha da seleção em ano de Copa na hora percebe o interesse eleitoral por trás de cada movimento. E isso se reflete, é claro, nas eleições.
A questão é que, historicamente, o brasileiro não aprova essa relação. Aos números, a começar pelos anos em que o Brasil foi campeão mundial.
1958 – Seleção conquista a primeira Copa, mas o presidente bossa-nova, Juscelino Kubitscheck, não emplacou o candidato da situação, o Marechal Lott, em 1960. Quem varreu a bandalheira foi Jânio Quadros.
1962 – Garrincha carrega o Brasil nas costas no bicampeonato. João Goulart, que havia assumido no lugar de Jânio, em 1961, mas não consegue se manter no cargo e é derrubado pelos militares em 1964.
1970 – Bom, essa não conta direito. Ainda assim, no mesmo ano houve “eleição”. Apesar de toda a pressão contra, o MDB conseguiu fazer 87 cadeiras na Câmara dos Deputados. A Arena, partido dos militares, fez 223.
1994 – Exceção à regra. No ano do tetra, o candidato governista, Fernando Henrique Cardoso, ganhou a eleição. Mas foi muito mais em função do sucesso do Plano Real do que por qualquer outra coisa.
2002 – O Brasil é penta no Japão. José Serra, candidato da situação, perde para o oposicionista Lula.
E em 1950, quando o Brasil foi vice, mas organizou a Copa?
Curiosamente, foi ano de eleição para deputado estadual e federal, senador, governador e presidente. O candidato do então presidente Eurico Gaspar Dutra ficou em terceiro lugar. Getúlio Vargas, que pouco se meteu nos assuntos da Copa, ganhou disparado.
A regra foi a mesma no Paraná. O então governador Moisés Lupion apoiou Ângelo Lopes para sucedê-lo. Quem venceu foi Bento Munhoz da Rocha Neto.
Por todas essas, difícil dizer que Copa e eleição são uma mistura perfeita…
-
Decisão do STF de descriminalizar maconha gera confusão sobre abordagem policial
-
Enquete: na ausência de Lula, quem deveria representar o Brasil na abertura da Olimpíada?
-
“Não são bem-vindos a Paris”: delegação de Israel é hostilizada antes da abertura da Olimpíada
-
Black Lives Matter critica democratas por “unção” de Kamala Harris sem primárias
Triângulo Mineiro investe na prospecção de talentos para impulsionar polo de inovação
Investimentos no Vale do Lítio estimulam economia da região mais pobre de Minas Gerais
Conheça o município paranaense que impulsiona a produção de mel no Brasil
Decisões de Toffoli sobre Odebrecht duram meses sem previsão de julgamento no STF