• Carregando...
Crédito: Roberto Stuckert Filho
Crédito: Roberto Stuckert Filho| Foto:
Crédito: Roberto Stuckert Filho / Presidência

Crédito: Roberto Stuckert Filho / Presidência

Numa rara entrevista em que demonstrou nervosismo, o vice-presidente Michel Temer (PMDB) soltou uma pérola sobre o futuro do país, ontem, após reuniões com “aliados” do governo Dilma Rousseff.

Segundo ele, o país precisa de “alguém que tenha capacidade de reunificar a todos”.

Quem seria essa pessoa? Há duas interpretações: ele, Temer, ou uma personificação do Congresso Nacional, ou seja, o PMDB.

Eis que hoje pela manhã os deputados decidem votar quatro contas de ex-presidentes e preparam o terreno para avaliar os dados de 2014 de Dilma Rousseff – aqueles das pedaladas fiscais. Ao mesmo tempo, uma pesquisa Datafolha mostra que a rejeição a Dilma chega a 71%, superior à de Collor.

É a senha para mostrar que o caminho para o impeachment está aberto. Portanto, chegou a hora de pensar seriamente no que vem depois.

Teríamos o PMDB no comando das presidências da República, da Câmara e do Senado. Na primeira cadeira, alguém eleito na chapa da presidente afastada, nas outras duas, investigados pela operação Lava Jato.

O que isso muda essencialmente na vida dos brasileiros? O PMDB possui um plano diferente do ajuste fiscal de Dilma e Joaquim Levy para tirar a economia do buraco? A corrupção vai diminuir?

Pois é, você sabe qual é a resposta.

PMDB é sócio majoritário de todos os problemas enfrentados pelo país atualmente. E não vai passar a ser solução de uma hora para outra.

No fundo, o PMDB só está sendo o PMDB. Ou melhor, o “imobilismo em movimento”, segundo o livro do filósofo da Unicamp Marcos Nobre.

A obra descreve o “peemedebismo” como o eixo central da política brasileira há três décadas. Uma força que blinda qualquer possibilidade de transformação de fato no país.

Se o partido comandar o poder central de fio a pavio, não seremos governados por nada mais que a nossa política em estado puro. O que só comprova a tese da nação do voo de galinha, que só sabe andar em círculos e que, volta e meia, percebe que nunca saiu do governo Sarney.

Bem-vindo, de novo, a 1985.

***

Curta a página do Conexão Brasília no Facebook!

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]