A história é singela. Em agosto de 2010, a secretária do empreiteiro Marcelo Odebrecht compartilhou por e-mail o currículo do então candidato a governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), com colegas que trabalham para os presidentes da Gerdau, Bunge e Suzano. Dezesseis dias depois, Gerdau e Bunge haviam doado R$ 580 mil para a campanha do tucano.
Os e-mails estavam entre o material apreendido pela Polícia Federal nas buscas realizadas pela operação Lava Jato na sede da Odebrecht, em São Paulo. Na leva também estavam e-mails que revelam a “intimidade” do então presidente Lula com a empreiteira, que ganharam muito mais destaque. Ponto final.
Richa não é investigado pela Lava Jato. E as doações para a campanha dele em 2010 foram dentro das regras vigentes à época. Não há crime na história, nem ligação direta com Lula.
O que chama a atenção é o ecumenismo das grandes empresas brasileiras ao lidar com os políticos. Enquanto coxinhas e petralhas se quebram em debates tórridos na internet, para os grandes doadores não parece haver muita distinção entre se relacionar com petistas ou tucanos.
Assim funcionava o financiamento de campanhas no Brasil. Se vai mudar algo com a proibição das doações de empresas – ou se só vai aumentar o caixa dois – o tempo dirá a partir de 2016.
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