O Escritório de Representação do Paraná em Brasília permanece sem comando desde janeiro. O órgão teve cinco responsáveis diferentes ao longo das gestões Roberto Requião (PMDB) e Beto Richa (PSDB), sem nunca ter se firmado como espaço de articulação política do estado na capital federal. Segundo o chefe de gabinete de Richa, Deonilson Roldo, o novo nome deve ser anunciado até a semana que vem.
“Está demorando um pouco porque precisávamos da aprovação de uma lei na Assembleia Legislativa para mudar a natureza do escritório”, justificou Roldo. A legislação foi aprovada pelos deputados estaduais após menos de dois meses de tramitação e está em vigor desde o dia 30 de maio. O texto transformou a estrutura em um órgão de assessoramento subordinado diretamente ao governador e autorizou a abertura de créditos extraordinários no orçamento para reforçar o seu caixa.
No primeiro ano de governo, Richa também demorou um semestre para nomear o primeiro chefe do escritório. O ex-deputado federal e ex-ministro da Saúde Alceni Guerra ficou no cargo entre julho do ano passado e janeiro de 2012. Partiu dele a ideia de mudar a natureza jurídica do órgão, cujo modelo anterior de financiamento foi questionado pelo Tribunal de Contas (TC) do Paraná.
Desde 1991, a estrutura operou como um braço da Casa Civil e recebeu recursos por meio de por meio de convênios com empresas estatais, como Copel e Sanepar. Segundo investigação do TC, os gastos feitos em 2009 durante a gestão Eduardo Requião (irmão do então governador Roberto Requião) ocorreram “sem obediência às normas legais” e “quase na informalidade”.
“Eu assumi com mais de R$ 1 milhão na conta do escritório, mas tive de devolver tudo logo depois”, declarou Alceni em janeiro.
De acordo com Deonilson Roldo, após a mudança na legislação, o novo chefe do escritório poderá atuar como ordenador de despesas, ou seja, não dependerá de outras estruturas do governo para realizar gastos. Ainda não há informações sobre o volume de investimentos que será destinado ao órgão, nem como será aplicado. O escritório ocupa dois andares de um prédio na região central de Brasília, o Setor Bancário Norte.
Um dos andares, com 525 metros quadrados de área distribuídos em sete salas, é alugado e vem sendo subutilizado desde 2011. Reportagens da Gazeta do Povo publicadas em julho do ano passado e em janeiro deste ano mostraram que apenas duas pessoas trabalhavam no espaço. O imóvel foi reformado por Eduardo Requião para abrigar um estúdio da TV Educativa (atualmente eParaná), que está desativado desde 2010.
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