Quem acompanha o programa eleitoral dá de cara com um bicho-papão da República, o ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga. Indicado por Aécio Neves como ministro da Fazenda, caso eleito, Fraga é apontado como o sujeito que “quebrou três vezes o Brasil”, pai do juro alto e do desemprego.
Pois bem, dá para chutar que pelo menos 97% da população não sabe quem é Armínio. Aí fica mais fácil pintá-lo como o monstro que vai limar a população do mercado de trabalho. Como o PT já fez no primeiro turno, com o jogo semântico entre autonomia e independência do BC, fator que iria tirar a comida da mesa do brasileiro.
O caso é pura magia de marketing eleitoral. Que só ajuda a diminuir a credibilidade de quando o fato é mais sério. Durante o debate de terça-feira, na Band, Dilma Rousseff falou que Aécio não havia cumprido o mínimo exigido pela Constituição na saúde (12% da receita estadual), quando governador de Minas Gerais.
E falou que quem quisesse ver só precisava acessar os relatórios do Tribunal de Contas do Estado no site do órgão. Eis que logo após o pedido da presidente, o site saiu do ar. No dia seguinte, a assessoria do TC divulgou nota dizendo que as contas do tucano haviam sido aprovadas (o que logo foi distribuído fartamente pela assessoria de imprensa tucana).
Não é demérito só de Aécio, quase todos os governadores sempre deram um jeitinho nas contas de saúde (no Paraná, por exemplo, foi fato corriqueiro nas gestões Requião e Richa). A questão é outra.
A atual presidente do TC, Adriene Andrade, foi indicada por Aécio e é mulher do ex-senador Clésio Andrade (PMDB), vice do tucano no primeiro mandato em Minas. A propósito, Clésio é réu no processo do mensalão mineiro e renunciou ao mandato alegando problemas de saúde, o que fez com o seu julgamento saísse do STF e fosse deslocado para a Justiça Estadual de Minas.
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