Três físicos da Universidade Médica de Viena desenvolveram em 2007 um estudo sobre o tamanho do primeiro escalão de 197 países e como a quantidade de ministros atrapalhava a eficiência das decisões de cada governo. O resultado do trabalho, publicado pela Universidade de Cornell (Estados Unidos), cita que decisões tomadas por gabinetes com muito mais de 20 membros tornam-se “fortemente ineficientes”. “Nós reportamos evidências empíricas de que a performance dos governos federais caem com o crescimento de membros na equipe responsável pela tomada de decisão”, diz o artigo assinado por Peter Klimek, Rudolf Hanel e Stefan Thurner.
Os dados caem como uma luva hoje, em função da decisão do governo de cortar 10 ministérios.
O estudo considerou que, na época, o gabinete brasileiro (que englobaria os ministros, o presidente e o vice) contava com 27 membros. Estava acima do aconselhado como ideal pelos autores, mas no mesmo patamar de países desenvolvidos como Austrália e Itália. Se a comparação fosse com os atuais 39 ministros de Dilma, o país estaria entre o Paquistão, com 38, e o Congo, com 40.
Atualmente, o Brasil tem 24 ministérios que podem ser considerados “plenos” e outras 15 secretarias especiais com status de ministério. Historicamente, no entanto, a quantidade de ministros “plenos” no Brasil não sofreu grandes variações desde o governo José Sarney (1985-1990), mas houve um avanço significativo no tamanho do primeiro escalão. Sarney teve os mesmos 24 ministérios de Dilma, Lula e Fernando Henrique Cardoso, mas bem menos secretarias (cinco, contra 15, 13 e 7, respectivamente).
Na comparação entre os últimos seis presidentes, o gabinete mais enxuto foi o de Itamar Franco (1992-1994), com 25 pastas, mas o que teve menos ministros “plenos” foi o de Fernando Collor (1990-1992), com 17.
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Veja uma cópia do estudo aqui: 0804.2202v1.pdf
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