Longe dos holofotes, uma reunião realizada há cinco dias em Brasília marcou o pontapé inicial das articulações políticas da ministra Gleisi Hoffmann (PT) para ser candidata a governadora do Paraná em 2014. No encontro com as cúpulas de PT e PMDB, os peemedebistas receberam a proposta de aliança, com a sinalização de uma série de atrativos. Dentre eles, a possibilidade de indicar o nome para vice-governador e de coligação nas eleições para deputado estadual e federal.
Não foi só um mero encontro de aproximação. Além da ministra, estiveram presentes os presidentes nacionais e estaduais do PT, Rui Falcão e Ênio Verri, e do PMDB, Valdir Raupp e Osmar Serraglio.
O café da manhã aconteceu na casa do vice-presidente da Câmara dos Deputados, André Vargas (PT), e também contou com a participação do chefe de Relações Institucionais da Vice-Presidência da República, Rodrigo Rocha Loures, emissário de Michel Temer (PMDB).
Braço-direito da presidente Dilma Rousseff, Gleisi sempre foi tida como candidata, mas tem encontrado dificuldades para articular-se politicamente. Ao assumir a Casa Civil depois da queda de Antonio Palocci, em junho de 2011, ela foi incumbida de tornar o perfil da pasta mais técnico que político. Transformar-se em Dilma da Dilma tomou o espaço da agenda de preparação para concorrer em 2014.
Agora, Gleisi corre atrás do prejuízo. O governador Beto Richa (PSDB), que vai concorrer à reeleição, fez os mesmos movimentos da petista, só que com dois meses de antecedência. O tucano já conversou com os caciques nacionais e estaduais do PMDB e apresentou uma proposta similar à dos petistas. Por enquanto, Richa parece ter sido mais persuasivo.
A questão é que, entre os peemedebistas, as aparências quase sempre enganam. Atualmente, o partido se coloca diante de quatro possibilidades. As duas primeiras são as candidaturas próprias de Roberto Requião e Orlando Pessuti.
A terceira é a coligação com o PSDB e a quarta, a aliança com os petistas. Na reunião da semana passada, os petistas disseram que “respeitam” a intenção de candidatura própria, mas pediram a Serraglio que conversasse com Requião sobre a possibilidade de uma parceria. Serraglio disse que o mais correto seria que eles próprios procurassem o ex-governador.
A coligação com os tucanos é atualmente o cenário com maior adesão, graças ao empenho dos deputados estaduais do PMDB. Para Richa, a pior das hipóteses é uma candidatura Requião. Com três nomes fortes no páreo, a disputa se tornaria imprevisível e dificilmente poderia ser encerrada no primeiro turno.
Serraglio tem prometido neutralidade na condução do partido, ou seja, quer evitar “dedaços” de cúpula e prestigiar a decisão da convenção. O problema é que a convenção só ocorre em junho do ano que vem e, até lá, a chance de uma carnificina interna só se amplia. Para evitar que isso aconteça, estuda a possibilidade de realizar uma convenção prévia, no começo de 2014.
A reunião serviria para afunilar o debate entre os peemedebistas. No momento, o que se percebe é que devem sobrar duas correntes – uma requianista e outra pró-Richa. Restaria aos petistas torcer pela primeira.
A propósito, depois do pontapé inicial, a tendência é que Gleisi entre de cabeça na campanha em janeiro. Será quando os ministros-candidatos vão deixar os cargos.
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