Gleisi Hoffmann assumiu a presidência do PT há pouco mais de uma semana e tornou-se a encarnação de Lula no Congresso Nacional. Está em todas, cobra escanteio e corre na área para cabecear. No sábado (8), disse que radicalizaria contra a reforma trabalhista e três dias depois liderou o grupo de senadoras que comeu marmita na cadeira do presidente do Senado para avacalhar com a votação.
Não foram apenas 15 minutos de fama. Gleisi há tempos é uma das políticas mais relevantes na internet. Hoje mesmo, polariza com Jair Bolsonaro (PSC-RJ) a briga pelo primeiro lugar do Ranking de Influenciadores da Gazeta do Povo, que mede a capacidade de engajamento dos principais atores da política nacional no Facebook (onde, aliás, ela deixa até Lula comendo poeira).
Gleisi tem seus diferenciais competitivos. Foi ministra da Casa Civil de Dilma Rousseff, o que garantiu bagagem de conhecimento sobre máquina pública suficiente para não se esconder dos debates com colegas mais experientes. É aguerrida, não tem vergonha de se expor, nem de representar o papel de Mulher Maravilha em um ambiente povoado por senhores tentando mostrar quem é mais macho-alfa.
Seria perfeito para Lula ter Gleisi como general, não fosse, como se sabe, os problemas judiciais que ela também enfrenta. Assim como o ex-presidente, a senadora é ré na Lava Jato e figurinha carimbada nas delações da Odebrecht e JBS. Uma olhada nas redes sociais também mostra que, como Lula, Gleisi é muito falada/comentada, mas está muito longe de agregar uma maioria de comentários positivos.
O fato é que Gleisi e Lula chegaram a uma perfeita simbiose. O mesmo discurso de “perseguido político” usado pelos petistas para livrar a pele do ex-presidente, torna-se perfeitamente adaptável a ela. Ela fomenta e se alimenta da construção narrativa de que Lula é o povo pisoteado contra o podres poderosos.
A embalagem até resiste em um ambiente em que fatores externos colaboram – o PSDB de Aécio Neves e o PMDB de Michel Temer se transformaram em piadas morais -, mas não sobrevive a qualquer investida menos superficial. Gleisi, no fundo, é apenas “o PT que temos para hoje”, revestido da ideia messiânica de que Lula é a salvação. Por isso tem certa potência de curto prazo, mas dificilmente se sustenta por muito tempo.
Gleisi é a general perfeita de Lula, mas a patente não a coloca em uma situação de “suplente” do PT para uma disputa presidencial, caso o ex-presidente se torne ficha-suja. Nesse caso, os holofotes acabam servindo mais como autodefesa do que como uma escada para o futuro.
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