A prorrogação do pedágio sempre foi o bode na sala da gestão Beto Richa (PSDB). Algo tratado como segredo de estado. Assumir de peito aberto a renovação dos contratos, que acabam em 2022, poderia ativar uma bomba política com efeitos devastadores durante a campanha pela reeleição, ano passado.
Seis meses após o início do segundo mandato, o assunto volta à tona. Ontem, o governo estadual pegou carona na proposta de representantes de cinco entidades do setor produtivo paranaense – Faep, Fecomércio, ACP, Faciap e Fetranspar – de pedir a renovação da delegação de 1,8 mil quilômetros de rodovias federais por mais 24 anos.
A renovação da delegação é o primeiro passo para dar ao governo do estado condições de negociar os novos contratos. As cinco entidades, acompanhadas da vice-governadora, Cida Borghetti, e do chefe da Casa Civil, Eduardo Sciarra, foram ao Ministério dos Transportes formalizar o pedido.
Como resposta, o ministro Antonio Carlos Rodrigues determinou a criação de um grupo de trabalho para discutir o assunto. Dois fatos novos nessa história: a gestão Richa assume que quer renovar e a gestão Dilma mostrou que topa aprofundar o assunto. No que vai dar? Ninguém sabe.
Cida declarou que as premissas básicas da renovação dos contratos seriam a redução imediata das tarifas e mais obras por parte das concessionárias. Sciarra falou que, mesmo que saia a delegação, não é certo que os contratos serão renovados. “Não é automático: a renovação depende de um acordo que seja bom para os usuários”, disse o secretário.
Gostando ou não da ideia de renovar os contratos, o fato é que é melhor que se trate isso às claras. Para que se saiba quem deve ficar com o ônus e o bônus de uma possível decisão. Afinal, é um assunto importante demais para virar segredo de estado.
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