Janeiro tem sido pródigo em notícias que envolvem a “habilidade” dos nossos administradores públicos em resolver problemas que atingem em cheio a vida das pessoas. Do apagão e falta d’água em vários estados à greve de ônibus em Curitiba, as promessas vazias e o jogo de empurra ganharam dimensões fora de qualquer padrão de civilidade.
Qualquer atitude é tomada primeiro pensando no risco político (que nada mais é que o risco de se comprometer para as próximas eleições). Essas ações raramente têm conexão com a realidade. Em Brasília, o novo ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, apelou a Deus para a solução da crise energética. Dilma, a mãe do PAC e sabe-tudo de energia, passou bem longe do assunto.
Em Curitiba, o prefeito Gustavo Fruet e Beto Richa estão no famoso dilema do “quem piscar antes, perde”. Não há nenhum indício das construção de uma solução definitiva para a integração do transporte da RMC. Ninguém deseja que eles posem de amigões, quer que eles se preocupem em acabar com a aflição do cidadão.
É verdade que o debate público brasileiro tem passado por um processo crescente de infantilização (é só ver a guerra de babuínos entre “petralhas” e “reaças” na internet), mas é urgente acabar com a percepção de que cada decisão da administração pública precisa de um “pai” ou de uma “mãe”. Está mais do que na hora de menos politicagem e mais política. Ou seja, que os gestores públicos eleitos atuem em conjunto e não uns contra os outros.
Eles são muito bem pagos para se entender (nem que seja na marra). E não para brigar entre si.
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