Não é a corrupção, o descaramento ou a roubalheira que corroem a política brasileira. Nefasto mesmo é a impunidade, o sentimento de que sempre dá para se safar. Pois neste ano duas cenas mudaram esse panorama.
Primeiro, a prisão do ex-governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, em fevereiro. Hoje, as prisões dos três diretores da Assembleia Legislativa do Paraná – Abib Miguel, o Bibinho, José Ary Nassiff e Cláudio Marques da Silva.
Arruda já está solto, mas a detenção dele cumpriu o que era esperado. Em liberdade, ele agia como se nada tivesse acontecido e trabalhava para atrapalhar as investigações.
O caso paranaense é bem parecido. Bibinho, o todo-poderoso da Assembleia, foi preso em casa – na verdade, um casarão de três andares no bairro Seminário – picotando papel.
Na residência de Marques da Silva, os policiais encontraram armas e munição de uso restrito. Coisa suficiente para intimidar qualquer um envolvido na investigação.
É importante lembrar que as prisões são temporárias (de cinco dias, prorrogáveis). Mas elas são as provas de que o trabalho da Operação Ectoplasma é para valer e que pode chegar ao centro do escândalo.
Aprofundar a investigação, neste momento, é o mais importante. Vale mais do que o simbolismo de ver três suspeitos de desviar dinheiro público na cadeia.
Agora é a hora de buscar maneiras de devolver tudo o que foi desviado. Além disso, de apontar e punir aqueles que carregam a maior parcela de culpa no escândalo, ou seja, os deputados estaduais que permitiram que Bibinho atuasse livremente por tanto tempo.
A lição de hoje é de que eles não devem ter a ousadia de atrapalhar as investigações. As portas para o fim da impunidade – e da cadeia – estão abertas.
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