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Mensalão: o disfarce diante da farsa

Como em uma novela das oito, foram necessários longos capítulos até que o julgamento do mensalão no STF chegasse ao clímax. Após 33 sessões, o tribunal terminou de responder ontem às principais questões sobre o maior escândalo de corrupção desde o impeachment de Collor. Anteriormente, a maioria dos ministros já havia deixado claro que o esquema de compra de apoio político no Congresso Nacional para beneficiar o governo Lula existiu.

Agora, com a condenação de José Dirceu, foi a vez de esclarecer que as ordens partiram do coração da Presidência da República, a Casa Civil.

Claro que os petistas vão continuar esperneando. Vão dizer que o Supremo julgou com a faca no pescoço, “chantageado” pela “mídia golpista”. E que na gestão FHC foi muito pior, do embrião gerado em Minas Gerais com o mensalão mineiro à compra de votos no Congresso para a aprovação da emenda da reeleição.

Na segunda parte, eles têm razão. Mas é só uma triste tentativa de nivelar a política por baixo.

Fica parecendo um campeonato absurdo de quem é menos corrupto. Quando, na verdade, deveria haver uma diferenciação de quem é corrupto e quem não é corrupto. Essa já entrou para as calendas.

Do jeito que está, viramos escravos eternos do “rouba, mas faz”, do disfarce diante da farsa. E o mensalão, que deveria ser uma virada de página, um recomeço, corre o risco de só virar só mais uma peça na coleção dos escândalos políticos brasileiros.

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