Está certo, o Brasil tem uma mulher na Presidência. É uma evolução, mas ainda não quer dizer muita coisa quanto à representatividade que elas deveriam ter na política nacional. E a melhoria da qualidade da nossa democracia também depende disso.
Aos números.
Em 2010, foram eleitas apenas 45 deputadas federais, o que corresponde a apenas 8,77% do total de 513 vagas em disputa. O número é idêntico ao da eleição de 2006. No Senado, a representação feminina aumentou de 10 para 12 senadoras – de 12,34% para 14,81% do total de 81 cadeiras.
É pouco, muito pouco. Vale lembrar que grande parte delas ingressou na carreira política a reboque do pai ou do marido. Não é demérito, só uma constatação.
O que ocorre é que as mulheres são as vítimas mais evidentes do caciquismo dos partidos, que impede a ascensão de novas lideranças. Nessa linha, Dilma foi um fenômeno para a política brasileira como Gustavo Kuerten para o tênis: há poucas explicações práticas para descrever suas trajetórias.
Mas houve apenas uma evolução. Pararam de chamar Dilma e suas assessoras mais próximas, Gleisi Hoffmann e Ideli Salvatti, de “tratores”. Como resposta, nada mais justo que “tratorar” o preconceito.
As mulheres já se destacam para valer em todas as áreas. Nada mais justo – e paritário – que conquistem o espaço que merecem na política.
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