É a polêmica do fim de semana: segundo reportagem publicada hoje pela Folha de S. Paulo, duas ex-alunas de Monica Serra dizem que ela assumiu ter feito um aborto. A esposa de José Serra (PSDB) teria contado a história a elas durante um curso de dança da Unicamp, nos anos 1990. O texto é assinado por Mônica Bergamo, uma das colunistas mais badaladas do país.
Se a conversa é verdadeira mesmo, expõe uma contradição séria da campanha tucana. Afinal de contas, a mesma Monica Serra teria dito há duas semanas que Dilma Rousseff (PT) era a favor de “matar criancinhas”, de acordo com matéria publicada pela Agência Estado. Além disso, José Serra tem questionado sistematicamente o fato de Dilma ter declarado em 2007 e 2009 que era a favor do aborto e, durante a campanha, mudou de opinião.
Sem entrar na questão moral de quem disse o que e quando, o mais marcante do episódio é o baixíssimo nível a que chegou a campanha. E não é culpa da imprensa, mas dos candidatos, que escolheram um tema ético-religioso complicadíssimo para tentar se diferenciar.
Onde vai parar? Ninguém sabe.
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Segue nota da campanha de Serra sobre a reportagem:
“Diante de matéria publicada hoje, a campanha de José Serra esclarece: Monica Serra nunca fez um aborto. Essa acusação falsa, que já circulava antes na internet, repete o padrão Miriam Cordeiro de que o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva foi vítima na eleição de 1989. E dá continuidade ao jogo sujo que tem caracterizado a presente campanha desde que um núcleo do PT, montado para fazer dossiês contra o candidato tucano à Presidência, foi descoberto em Brasília. Primeiro eles atacaram a filha de José Serra. Depois atacaram o seu genro. Agora eles agridem a sua mulher, Monica, que tem a irrestrita solidariedade, amor e respeito de seu marido, de seus filhos, netos e de milhões de brasileiros.”
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