Passada a emoção da posse e os afagos de parlamentares até da oposição, a nova ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, já convive com o peso do cargo. Na linha do que ocorreu com os antecessores, a paranaense virou a principal vidraça do governo federal. Além de precisar se adaptar rapidamente à pressão de ser braço-direito da presidente Dilma Rousseff, começou a ter o passado questionado pela imprensa.
A Folha de S. Paulo noticiou que, nos quatro meses em que exerceu o mandato de senadora, a petista usou parte de sua verba indenizatória para pagar o escritório de advocacia que a representa em questões eleitorais desde as campanhas para prefeitura de Curitiba, em 2008, e para o Senado, em 2010. Além disso, o Estado de S. Paulo informou que, entre 2007 e 2009, Gleisi era dona de 90% da GF Consultoria e Assessoria Empresarial Ltda, empresa que manteve em sociedade com a irmã, Francis Mari (leia mais sobre os casos na matéria ao lado).
No primeiro dia de trabalho, a ministra chegou à Casa Civil, que fica no Palácio do Planalto, às 9 horas. Logo depois, foi chamada para conversar com a presidente, que passou a maior parte do dia em Santa Catarina, onde participou de uma cerimônia de entrega de habitações do programa Minha Casa, Minha Vida. Gleisi almoçou no gabinete e teve reuniões com assessores até a noite para se ambientar à estrutura da pasta.
Além da tensão da estreia, a paranaense teve um dia agitado em função da possível troca de comando no Ministério das Relações Institucionais. O atual ministro, Luiz Sérgio, pediu a Dilma para deixar o cargo, mas os trâmites da substituição ainda não foram definidos. A mudança fará parte de uma reestruturação do papel da Casa Civil.
Ao contrário de Antonio Palocci, que era o grande responsável pela articulação política do Planalto, Gleisi já anunciou que vai se dedicar à gestão dos programas de governo. Ontem, em São Paulo, o marido da paranaense e ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, reiterou que a esposa não vai trabalhar como uma negociadora política. A nova configuração vai diminuir as pressões sobre a ministra.
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