No Faroeste Polaco, eleição é tiro, porrada e bomba

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Ferreirinha, personagem-símbolo das eleições no Paraná. (Imagem reproduzida de vídeo da época)

Por esses dias estava explicando para um colega que trabalha em Brasília o que foi o caso Ferreirinha. Quando comecei a falar do ator contratado para dizer no horário eleitoral que era um pistoleiro, o cara achou que eu estava de sacanagem: “isso não existe”.

Existe sim, mas é uma exclusividade do Paraná. O Faroeste Polaco.

Pode até parecer que a campanha pelo governo do estado em 2014 foi calminha. Mas isso só pensando nos padrões paranaenses.

Quem der uma vasculhada vai perceber que nenhum candidato competitivo (não vale o Levy Fidélix) nas disputas entre os 10 maiores colégios eleitorais tentou desqualificar o principal adversário do debate o chamando de “bonito ou bronzeado”. E que ninguém reagiu insinuando que o rival “está querendo algo comigo” (algo um pouco mais sutil, mas não menos tosco do que a “tirada” de Fidélix sobre “aparelho excretor”).

Ontem, o irmão de um candidato recebeu voz de prisão por ter invadido o comitê do adversário para fazer uma denúncia. E a denúncia girava em torno de panfletos que ligavam uma terceira candidata a um homem condenado por abuso sexual de menores. Tudo em um nível elevadíssimo.

É nesse estágio que estacionou a campanha a três dias do primeiro turno. Poderia ser um cenário bem mais produtivo e, para falar a verdade, esperançoso. A única perspectiva do que ainda pode acontecer é mais tiro, porrada e bomba.

Não há notícias de candidatos que tenham tido o irmão e o na reta final. Assim como não há notícias de um superlíder nas pesquisas que tenha se dedicado a espalhar panfletos para atacar uma adversária com cinco vezes menos intenções de voto.