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O Brasil não elegeu uma laranja

Osmar Nunes/ Gazeta do Povo
Dilma: ela parece não querer ser a última laranjada do deserto.

Claro que ser um vencedor engrandece qualquer um. Mas é interessante ver como a eleição fez bem para Dilma Rousseff (PT). Do discurso no domingo sem um milímetro de improviso à descontração (o tanto quanto ela consegue ser descontraída) na bancada do Jornal Nacional e na coletiva de hoje pela manhã no Palácio do Planalto, a petista agiu como um presidente deve.

Teve personalidade na medida, mas bem longe de ser uma laranja ou um poste, como chegou a ser sugerido na disputa eleitoral.

Não espezinhou a oposição, não pareceu deslumbrada, não viajou na maionese. Na verdade, apenas transpareceu uma qualidade poucas vezes citada durante a campanha.
Ela tem bem menos vaidade que José Serra (PSDB). E que FHC e Lula.

Está bem, Dilma também não tem traquejo político, parece um tanto rabugenta, e só levou a candidatura por que Lula decidiu à canetada. Mas só o fato de não ser gabola é, por enquanto, um diferencial enorme. Com simplicidade, sobra menos tempo para picuinhas e mais para fazer o país andar.

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