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E 55% dos deputados acharam “normal” ter um colega presidiário

Crédito: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

Crédito: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

A manutenção do mandato do deputado federal Natan Donadon (ex-PMDB-RO) foi um dos episódios mais bizarros da história da República. Há uma combinação de fatos que levava a crer que a cassação era inevitável: ele havia sido condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em 2010 a 13 anos de prisão, estava preso há dois meses e chegou de camburão para fazer sua defesa ontem à noite.

A combinação desses ingredientes, no entanto, surtiu efeito contrário: apenas 233 parlamentares (45% do total) votaram pela cassação. Em uma votação secreta, em que é necessário atingir a maioria de 257 votos, faltar à sessão ou se abster é o mesmo que se colocar a favor de Donadon. Ou seja, 55% dos deputados concordam em ter um colega presidiário.

Ao contrário do que essa maioria poderia imaginar, a decisão não é uma retaliação ao STF, que pôs um parlamentar na cadeia. É um tiro no pé. É aceitar numa boa o achincalhamento do Congresso.

A propósito, vale dar uma olhadinha no vídeo com a musiquinha cantada pelos manifestantes no dia em que o teto do Congresso foi invadido, em julho. Aliás, foi na mesma época em que o STF mandou Donadon para a cadeia.

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