Gilmar Mendes, talvez o presidente mais polêmico da história do Supremo Tribunal Federal (STF), deixa o cargo hoje. Opinativo, combativo e ideológico, ele será substituído por Cézar Peluso, um dos ministros que mais prezam pela discrição na Casa.
Mendes não conquistou a fama por acaso. Primeiro, soltou duas vezes o banqueiro Daniel Dantas, investigado pela Operação Satiagraha, da Polícia Federal.
Depois teve um virulento bate-boca com o colega Joaquim Barbosa. Na ocasião, Barbosa exigiu respeito e disse que não era um dos capangas de Mendes no Mato Grosso.
Também cunhou o famoso bordão “saia às ruas”, criticando Mendes pela falta de proximidade aos interesses da sociedade.
Além disso também foi liderado por Mendes o julgamento que acabou com a exigência do diploma em jornalismo para o trabalho em redações. Foi dele a comparação entre jornalistas e cozinheiros (mas, para os que se assanham em uma reviravolta no caso, vale lembrar que Peluso também votou contra o diploma).
Apesar de todas as polêmicas, é injusto tratar Mendes apenas de uma maneira maniqueísta. Partiram dele inúmeras ações para dinamizar o Judiciário, como os mutirões de conciliação.
Ainda assim, a imagem que fica é a do ministro indicado por FHC que nunca fez questão de se esquivar das trombadas com o governo Lula. Encontrões muitas vezes desnecessários e desgastantes tanto para o Executivo quanto para o Judiciário.
Para esses casos, cabe uma das frases preferidas de Peluso: “um juiz não deve dar opinião sobre tudo.” Sim, as coisas serão bem diferentes daqui para frente.
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