O fim da obrigatoriedade do diploma para exercer a profissão tem gerado celeumas constrangedoras entre colegas. No geral, a discussão é tão rasteira e infantil quanto briga de torcida. É bom que os não-jornalistas (pessoas felizes, normais e distantes da afetação) saibam de uma coisa: trata-se de uma mera questão de organização de classe.
Se isso vai se refletir na qualidade do produto final dos meios de comunicação…
A verdade é que o Dráuzio Varella já faz quadros (quase) jornalísticos para o Fantástico, que o Falcão é comentarista de futebol e que Fernando Henrique Cardoso escreve artigos periódicos para a maioria dos jornais do Brasil. Eles não são jornalistas.
Minha opinião? Eu sou a favor da obrigatoriedade do diploma. Mas entendo perfeitamente todos os argumentos daqueles que não são. Concordo especialmente com o fato de que a legislação sobre a profissão é caduca – afinal, nasceu no Decreto-Lei 972/1969, durante o governo Médici, e foi regulamentada pelo Decreto 83.284/1979, com Geisel.
Como consumidor de informação, também acho legal ver o Dráuzio Varela e que o Falcão entende muito mais de bola do que um piá da Fanáticos que acabou de sair da faculdade. Por outro lado…
A reportagem em si, a parte dura da profissão, exige conhecimentos técnicos e éticos. Que devem ser aprendidos na universidade, como em qualquer outra profissão. Se as escolas de jornalismo são uma droga em geral, é outra história – sem apelar para o relativismo babaca, o problema é o mesmo em outras dezenas de carreiras.
Além disso, muitos argumentos contra o diploma são meramente pessoais. “Minha faculdade não me ajudou de nada, meus professores eram um lixo e blá-blá-blá.” Na verdade, há uma soma generalizada de cursos ruins e alunos piores ainda. E os estudantes medíocres, especialmente os de Comunicação Social, prezam por serem sempre os mais gabolas e reclamões pelo resto da vida.
Enfim, caro espectador dessa confusão, não quero aqui convencer ninguém. E essa é a minha única dica – desconfie de todo jornalista com excesso de opinião.
O bom profissional passa longe do opinionismo chinfrim, tenta contrapor o máximo de informação e, em geral, não toma partido. Para falar a verdade, é a única coisa que ele realmente deveria ter aprendido na universidade. Se não aprendeu, é melhor mesmo jogar o diploma no lixo, onde os quatro anos de estudo já estão.
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