Estava mais do que na cara de que a CPI da Corrupção para investigar denúncias em pelo menos cinco ministérios não viraria a noite de ontem para hoje. Após o líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias, anunciar no final da tarde que havia conseguido as 27 assinaturas necessárias para a instalação da comissão, o governo se mobilizou rapidamente. Em menos de três horas, João Durval (PDT-BA), pediu para tirar o nome da lista.
O episódio deixou claro: CPI, como nos velhos tempos, nunca mais. Desde que Lula ampliou a coalizão a partir do segundo mandato, dando nacos cada vez maiores de poder para legendas como PP e PR, não há mais margem de manobra para a oposição. E, caso saia alguma CPI, vai virar algo chapa-branca, porque a maioria dos cargos será ocupada por governistas.
Faz parte do sistema, mas é muito ruim. No fundo, é mais uma humilhação a que se submete o Poder Legislativo.
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