Quando parecia que todo mundo já havia esquecido o assunto, a legalização dos bingos voltou à agenda da Câmara dos Deputados. O presidente da Casa, Michel Temer (PMDB-SP), recolocou ontem o tema na pauta – ao mesmo tempo em que anunciou o congelamento da tramitação de propostas de emenda à Constituição. Segundo ele, a decisão ocorreu por “pressões” das lideranças partidárias.
Há entre os deputados um clima de consenso de que a proposta será aprovada. Nos últimos dias, está mais do que difícil encontrar parlamentares contrários à reabertura das casas de bingo, videobingo e videoloterias. Na ponta da língua, eles têm dois argumentos para defender a proposta – a criação imediata de 250 mil empregos e o aumento da arrecadação em R$ 6 bilhões por ano.
Mas e a lavagem de dinheiro? A tese é de que o projeto veda o crime porque exige a interligação de todas as apostas à Receita Federal.
Parece genial, mas bastante complexo de ser colocado em prática. Como é que a receita conseguirá criar da noite para o dia um sistema realmente confiável de controle de todas as casas de jogo?
Seria um cenário mais ou menos como no filme Minority Report, aquele em que a polícia do futuro consegue prever o crime antes de ele acontecer. No papel, é perfeito. Já na prática…
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