Roberto Requião vem no sábado a Brasília para discursar como pré-candidato a presidente na convenção nacional do PMDB. Ele mesmo sabe que será uma participação quixotesca, para marcar posição. Em outras palavras, vai tentar movimentar o seu Exército de Brancaleone contra o status quo peemedebista, que já decidiu que irá se coligar ao PT.
O curioso é que o mesmo Requião que pedirá candidatura própria em Brasília não quer que o partido lance Orlando Pessuti a governador no Paraná. Quer uma aliança que lhe facilite a vida na disputa ao Senado, nem que isso signifique eliminar a candidatura própria no estado. É uma ambiguidade difícil de ser explicada.
E que não será esquecida durante a convenção de sábado.
A propósito, Requião já deu até entrevista coletiva no Senado, em dezembro do ano passado, para lançar a candidatura a presidente. Abaixo seguem alguns trechos do que ele falou:
PMDB pró-PT
O PMDB muito forte é o PMDB da base política, é o PMDB que elege os nossos candidatos. É o partido que mobiliza o povo e que existe capilarmente em praticamente todos os municípios do Brasil. Agora, nós temos um vício, que não é só do PMDB, é da política brasileira: o partido congressual. Ele se suporta nas emendas parlamentares (ao orçamento), no desejo desesperado de reeleição dos candidatos. (…) Na verdade, se essa coligação pretendida pela nossa direção parlamentar se viabilizar a coligação terá sido feita por conta do horário partidário, mas não levará à empolgação do nosso partido.
Divergência
O único partido que não admitia divergência era o nazista comandado pelo Hitler na Alemanha. As tendências partidárias são absolutamente legítimas. (…) Em função disso, nós estamos discutindo um programa e a candidatura própria. Eu, por exemplo, já deixei claro que se o PMDB com um programa que contemplasse a valorização da nação, do capital produtivo, do trabalho, não conseguisse acreditar no lançamento de uma candidatura, tenderia para a ministra Dilma.
Dilma e Serra
Eu não acho que a ministra Dilma não tenha experiência administrativa. Ela tem, o Serra sem dúvida tem também. O problema é programático. Nós não estamos procurando um feitor da República, mas uma pessoa que tenha pensado um programa e que se assessore convenientemente para implantá-lo. E essa assessoria que torne o programa crível depende do tipo de coligação que se faça. Eu não faço nenhuma crítica à ministra Dilma. Eu simplesmente estou aqui cobrando do PMDB espaço para o reencontro da nossa identidade. A Dilma é minha amiga pessoal, assim como o Serra também é.
Diferenciação
A minha diferença é que sou contra à predominância do capital financeiro que acompanha as políticas sociais e à valorização do capital “vadio” em contraposição ao capital produtivo e ao trabalho. O neoliberalismo pretende hoje de uma forma recorrente, persistente e insistente, transformar o Brasil em um país que participa da economia global como uma China com menos habitantes, vendendo a precarização do trabalho e commodities.
Propostas
Em um prazo curtíssimo, se o PMDB estivesse na Presidência da República eu proporia o seguinte: aumento de salário. Os Estados Unidos quebraram porque congelou o salário e privilegiou a ganância e o lucro das empresas e num determinado momento eles não conseguiam mais saldar os empréstimos. (…) Por isso o salário é muito importante. Redução de impostos também é importantíssimo. Também é importante conter a valorização do dólar, que controla a inflação, mas sabota a economia brasileira. A criação de uma moeda sul-americana, valorizando essa idéia de Mercosul e ampliando as possibilidades de parceria entre os países. Nós também precisamos de um programa agrícola, de um programa industrial.
***
Siga o Conexão Brasília no Twitter!
Triângulo Mineiro investe na prospecção de talentos para impulsionar polo de inovação
Investimentos no Vale do Lítio estimulam economia da região mais pobre de Minas Gerais
Conheça o município paranaense que impulsiona a produção de mel no Brasil
Decisões de Toffoli sobre Odebrecht duram meses sem previsão de julgamento no STF