A polarização entre PT e PSDB na eleição presidencial completa 20 anos, mas no Paraná a queda de braço pende mais para um lado. Em todos os nove turnos disputados ao longo das últimas seis eleições para o Palácio do Planalto, o PSDB se saiu melhor no estado do que na média nacional. Se dependesse apenas do voto dos paranaenses, por exemplo, Geraldo Alckmin e José Serra teriam vencido em 2006 e 2010.
No primeiro confronto da sequência, em 1994, Fernando Henrique Cardoso ganhou de Lula no primeiro turno por 54,28% a 27,04% dos votos válidos. No Paraná, a lavada foi maior – 60,33% a 22,75%. Quatro anos depois, FHC foi reeleito com uma margem menor, de 53,06% contra 31,71% de Lula, mas teve mais folga entre o eleitorado paranaense – 59,35% a 27,78%.
O único ponto fora da curva favorável ao PT ocorreu no primeiro turno de 2002. Lula fez 46,44% contra 23,19% de José Serra na soma nacional. No Paraná, a disputa ficou em 50,13% a 26,99% (ambos tiveram rendimentos melhores). No segundo turno, Lula venceu por 61,27% a 38,72% em todo Brasil, enquanto no estado a diferença foi de 59,22% a 40,78%.
A campanha de 2006 reservou ao tucano Alckmin um recorde negativo. Ele conseguiu ser o único presidenciável a fazer menos votos no segundo turno do que no primeiro em todo Brasil – 41,64% e 39,17%, contra 48,61 e 60,83% de Lula. No Paraná, porém, o paulista alcançou a maioria em ambos os pleitos – 53,01% a 37,9% e 50,75% a 49,25%.
Em 2010, Dilma quase ganhou no primeiro turno de Serra na soma dos votos de todo país – 46,91% a 32,61%. No segundo, elegeu-se por 56,05% a 43,95%. No Paraná, a situação se inverteu a favor de Serra, que venceu em ambos os turnos por 43,94% a 38,94% e 55,44% a 44,56%.
Apesar de ambos serem paulistas, tanto Alckmin quanto Serra tiveram desempenhos melhores no Paraná do que em São Paulo. Além disso, dos dez estados em que Serra venceu o segundo turno em 2010, o Paraná esteve entre os três nos quais ele alcançou a maior margem.
No primeiro turno de 2014, o mineiro Aécio Neves fez 33,55% dos votos totais contra 41,59% de Dilma. No Paraná, a situação foi completamente diferente – o tucano quase chegou à maioria, com 49,8% contra 32,52% da petista. O resultado no estado também foi bem melhor do que Aécio conseguiu em casa – em Minas Gerais, Dilma ganhou por 43,47% contra 39,75%.
No geral, Aécio venceu em dez estados. Dentre eles, conseguiu um desempenho superior ao alcançado no Paraná apenas em Santa Catarina, onde fez 52,9% dos votos contra 30,74% de Dilma. Ao que parece, o tucano não ignorou o retrospecto positivo.
Tanto que saiu na frente de Dilma e será o primeiro a visitar Curitiba, hoje. Sempre que passa pelo estado, Aécio faz coro com as reclamações do governador reeleito Beto Richa de que o Paraná tem sido “perseguido” pela gestão federal do PT. A estratégia, como os números comprovam, tem dado certo.
O que não está claro é se, no fundo, os paranaenses são mesmo mais tucanos do que antipetistas. Ou seja, que Aécio realmente empolga mais do que a rejeição criada em torno de Dilma. O “calor” da visita de hoje pode ajudar a responder muita coisa.
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