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Paraná, um faroeste polaco

Hugo Harada/Gazeta do Povo
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Visto aqui do Planalto Central, o Paraná é um lugar bem estranho. Aí, uma garotinha é encontrada morta dentro de uma mala, um coronel é acusado de fazer justiça a la Charles Bronson, ex-governadores são recordistas em aposentadorias inconstitucionais, a Assembleia Legislativa é ocupada por policiais militares como um morro carioca que precisa de pacificação.

Pensando em lugares incomuns pelo mundo afora, parei nos Estados Unidos. Tentei comparar Curitiba com Austin, no Texas, cidade famosa por ser esquisita. Mas não, os texanos são uma espécie de gaúchos dos States. O Paraná seria algo mais para o oeste, talvez o Novo México com seus problemas de fronteira.

Na guinada rumo ao Pacífico, detectei: o Paraná é um faroeste. Um faroeste polaco, na definição do amigo jornalista Jean Struck (e nada contra os descendentes de poloneses, entre os quais me incluo).

É impressionante o número de histórias de dar medo que têm saído do estado nos últimos anos. Na verdade, como diriam os sociólogos, são inúmeros estados dentro do Estado.

A imagem que passa para quem está fora é de um lugar que, apesar de relativamente desenvolvido, ainda tolera os fora-da-lei. Não apenas os criminosos pés-de-chinelo, mas todos os que têm um comportamento dúbio (e esses parecem cada vez mais numerosos), como se fosse normal se dar bem em cima dos outros.

Assim fica difícil escapar do rótulo de esquisitões da federação.

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