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Paulo Bernardo, o “Paulinho” de Dilma

Renato Araújo/ABr
Outro destino para Paulo Bernardo seria uma pasta ligada à infraestrutura

Dilma Rousseff tem fama de durona em reuniões, mas reserva algumas delicadezas aos colegas mais próximos. Nos encontros de trabalho, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, só é chamado por ela de “Paulinho”. A intimidade deve crescer a partir de janeiro.

Com a indicação de Miriam Belchior para a pasta hoje ocupada pelo paranaense, ele deve ser deslocado para um cargo mais próximo à presidente. Paulo Bernardo é cotado para assumir a Casa Civil ou a Secretaria-Geral da Presidência da República. Ambas as estruturas têm status de ministério e serão repaginadas no governo Dilma.

A transferência de Miriam é o primeiro reflexo dessas mudanças. A coordenadora do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) levará a gestão técnica dos empreendimentos da Casa Civil para o Planejamento. Já a Casa Civil ficará um perfil mais político.

Atualmente, a Secretaria-Geral têm a função de dialogar com os movimentos sociais e articular políticas públicas para a juventude. Também cumpre papeis burocráticos, como a elaboração da agenda do presidente, dos seus discursos e de estudos político-institucionais para o Palácio do Planalto. No governo Dilma, passará a ter mais importância. O atual ministro, Luiz Dulci, antecipou ontem que não permanecerá no posto.

A ideia é que a pasta complemente a Casa Civil no trabalho de coordenação política dos ministérios. Paulo Bernardo se encaixaria no novo modelo porque tem bom trânsito com a futura presidente e a experiência de cinco anos e oito meses à frente do Planejamento. A gestão do ministério é complexa, porque exige jogo de cintura para negociar a liberação de recursos – e, na maioria das vezes, negá-los. “Este não é um ministério que desperta muita cobiça. As pessoas não querem ficar aqui falando que não e não para todos os pedidos”, brincou o ministro, em entrevista recente à Gazeta do Povo.

Outro trunfo dele é a relação com o presidente Lula. No começo do ano, ele chegou a anunciar que deixaria o governo para concorrer a deputado federal e também para ter mais tempo de fazer campanha para a mulher, Gleisi Hoffmann, eleita para o Senado. Ficou no cargo graças a um pedido pessoal do presidente.

Outro destino para o paranaense, menos provável, seria uma pasta ligada à infraestrutura, como o Ministério das Cidades ou da Integração Nacional. O problema é que esses cargos vêm sendo utilizados na partilha entre os partidos aliados. E não há sinal de que o sistema irá mudar.

Como concorrentes nos ministérios de dentro do Planalto, Paulo Bernardo terá Antonio Palocci e o também paranaense Gilberto Carvalho. Palocci é um dos “três porquinhos” da coordenação equipe de transição, como apelidou Dilma (os outros dois são o presidente do PT, José Eduardo Dutra, e o deputado federal José Eduardo Cardozo). Desde o começo das negociações é o mais cotado para a Casa Civil.

Já Carvalho, que atualmente é chefe de gabinete de Lula, é citado para a Secretaria-Geral. Outra opção seria a Secretaria Nacional de Direitos Humanos. Procurado para comentar a montagem do governo Dilma, Paulo Bernardo não quis dar entrevista.

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