Cobri ontem a reunião do PMDB no Congresso que definiu Michel Temer como candidato à presidência da Câmara dos Deputados. Uma das maiores tragicomédias políticas do ano.
Vamos ao resumo da ópera… Após um pequeno motim envolvendo o paranaense Osmar Serraglio e a capixaba Rita Camata, Temer colocou os colegas no cabresto. Usou a arma mais conhecida e rasteira entre os parlamentares, uma lista de assinaturas em que os deputados declaravam apoio exclusivo à sua candidatura.
Quem já passeou pelos corredores do Congresso sabe bem como isso funciona. Os coletores de assinatura profissionais estão por todos os cantos – e ganham até R$ 10 por autógrafo coletado para apoio a qualquer tipo de proposição.
É algo que todo mundo já passou na vida. Como aquele vizinho chato que junta assinaturas para concorrer a síndico. Você vê que todo mundo assinou e fica meio sem jeito de dar uma força para o cara.
Imagina então o Temer em pessoa, presidente nacional do partido, duas vezes presidente da Câmara, pedindo apoio para um deputado recém-eleito? O sujeito treme na base e assina até o recibo de venda da mãe.
Enfim, todos os peemedebistas presentes no encontro de ontem sabiam como funcionou o processo. Houve 87 assinaturas a favor de Temer, entre 96 deputados da legenda.
Formalmente, apenas Rita protestou. Lembrou o quanto a listinha é constrangedora e picou a mula.
Serraglio nem se deu ao trabalho de comparecer. Mas garantiu que será candidato contra Temer em fevereiro, mesmo sem o apoio do partido.
Foi um episódio triste, com a presença e aval de quatro ministros (entre eles o paranaense Reinhold Stephanes, da Agricultura) e do senador e ex-presidente José Sarney.
Só para lembrar, faltam cinco meses para a eleição. Beto Richa, por exemplo, anunciou que era candidato à reeleição menos de quatro meses antes do pleito municipal.
Para quem ainda duvidava, essa é a resposta definitiva… Sim, os jogos de poder em Brasília são realmente pesados.
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