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Por que ontem foi o dia mais importante para definir o próximo presidente do Brasil
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Se precisávamos de uma prova de que a eleição de 2018 será diferente de tudo que vimos desde a redemocratização, ela veio nesta quarta-feira (26/9). PT e PSDB, partidos que polarizam o debate nacional há mais de duas décadas, selaram neste dia um pacto a la Jim Jones – o doido varrido que levou ao suicídio/assassinato de 918 seguidores nos rincões da Guiana, em 1978.

Seita, como a de Jim Jones, foi a palavra usada pelo ex-ministro Antonio Palocci para definir os rumos do PT, em carta de desfiliação enviada à presidente da legenda, Gleisi Hoffmann. “Afinal, somos um partido político sob a liderança de pessoas de carne e osso ou somos uma seita guiada por uma pretensa divindade?”, escreveu Palocci.

Ao recusar mais uma vez o veneno do silêncio, ajudou a empurrar a “divindade” para uma enrascada desmoralizante, na qual ela já se encontrava horas antes. Lula (literalmente) deu recibo da própria queda ao apresentar à Justiça comprovantes de pagamento de aluguel com datas que não existem. Um erro crasso que fere de morte a tese de que é vítima de uma caçada jurídica.

Se serve de consolo, o presidente do PSDB, Aécio Neves, parece ter combinado com Lula uma data simbólica para o abraço de afogados entre tucanos e petistas. Afastado (de novo) do mandato pelo Supremo Tribunal Federal (STF), agora ele não pode mais sair de casa à noite. Mas só o período diurno já é suficiente para tornar Aécio um Jim Jones tucano.

Na manhã desta terça, jornais noticiavam um lindo jantar realizado na noite anterior, em Belo Horizonte, no qual o ex-presidenciável recebeu o atual presidenciável João Doria. “É uma figura que tenho o maior respeito”, disse Doria sobre Aécio. Nada é mais letal para alguém que se apresenta como “novo” na política do que ser uma caricatura bizarra da velha política (lembra quando a caravana de Lula deu uma paradinha em Alagoas para afagar Renan Calheiros?).

Para fechar com chave de ouro a terça-feira gorda, teve ainda a propaganda política do Patriota, que apresentou o deputado federal Jair Bolsonaro como um popstar que vai tirar o país da lama. Mais baixo do que conduzir o Brasil para o caos político em que se encontra, o “quanto pior, melhor” de PT e PSDB descortina um cenário ainda mais sombrio para o país. Trocar uma seita por outra não é solução para nada.

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