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PSD é contrapeso do PMDB na eleição de 2014. No Paraná e em Brasília

Eduardo Sciarra, presidente do PSD do Paraná. Crédito: Brizza Cavalcante/Ag. Câmara (Foto: )
Eduardo Sciarra, presidente do PSD do Paraná. Crédito: Brizza Cavalcante/Ag. Câmara

Eduardo Sciarra, presidente do PSD do Paraná. Crédito: Brizza Cavalcante/Ag. Câmara

Criado há três anos, o Partido Social Democrático (PSD) enfrenta em 2014 o primeiro teste em eleições estaduais e nacionais. A legenda idealizada pelo ex-prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, e definida pelo próprio como “nem de esquerda, nem de centro, nem de direita”, tem pela frente dois caminhos: se fixar entre as cinco maiores forças partidárias do país ou ficar estagnada no segundo escalão. Tudo começa pela decisão de descer do muro – em Brasília e Curitiba.

Até maio, o PSD nacional fazia força para se equilibrar entre o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), e a presidente Dilma Rousseff (PT). Com a nomeação do vice-governador paulista Guilherme Afif Domingos para o Ministério da Micro e Pequena Empresa, a corda ficou bamba demais. Hoje sobram poucas dúvidas de que o partido vai estar na coligação de Dilma no ano que vem.

Fora São Paulo, contudo, cada caso continuará sendo um caso. Primeiro-secretário da executiva nacional e presidente do PSD no Paraná, o deputado federal Eduardo Sciarra diz que hoje o partido “não tem amarras” na disputa pelo Palácio Iguaçu. Trocando em miúdos: quer viabilizar um candidato próprio, mas todas as possibilidades de negociação estão abertas.

Em primeiro lugar, Sciarra garante que a candidatura do empresário Joel Malucelli para governador é para valer. “Só não sai se ele não quiser”, conta. Do lado de fora do PSD, poucos apostam que esse querer vai muito longe.

Sciarra diz que a única certeza é que não vai mais concorrer à reeleição para a Câmara. A prioridade dele é viabilizar uma candidatura ao Senado. É aí que entra a explicação para a tal ausência de “amarras” – poderia ser na chapa de Malucelli, na de Beto Richa (PSDB) ou na de Gleisi Hoffmann (PT).

O imbróglio é o fato de o partido não apenas apoiar a gestão Richa, mas também fazer parte dela. Dois filiados ao PSD ocupam secretarias estaduais, Reinhold Stephanes (Casa Civil) e Evandro Rogério Roman (Esportes). Em nenhum dos casos, segundo Sciarra, as escolhas envolveram um acordo político-partidário: Stephanes foi chamado pela experiência como ministro de quatro governos e Roman foi nomeado antes de se filiar à legenda.

Há também passivos da eleição de 2012. Até agora, não foi digerido o apoio de Richa a Marcelo Belinati (PP) contra Alexandre Kireeff (PSD), na disputa pela prefeitura de Londrina. O problema é que o governador teria se comprometido a não se engajar na campanha de Belinati, que acabou perdendo a eleição.

Do outro lado, haveria mais espaço de aproximação com o grupo de Gleisi. Não se sabe, contudo, até onde as raízes do partido, formado na maioria por ex-filiados ao DEM, permitiriam uma parceria com os petistas. Em qualquer hipótese nacional ou local, o fato é que o PSD, dono da quinta maior bancada da Câmara com 51 deputados, desponta como um contrapeso ao PMDB, segunda maior, com 82.

Se os peemedebistas romperem com Dilma, o PSD supre parte das perdas para os petistas. Vale o mesmo para o Paraná: se o PMDB ficar com Beto, o PSD seria fundamental para Gleisi. Não deixa de ser um jogo arriscado.

O PMDB se desgasta mais a cada eleição que abre mão de ser protagonista para barganhar alianças com a promessa da governabilidade. Esse modelo uma hora vai falir. Se não disser logo a que veio, o PSD tende a ser esvaziado por outros novos partidos, provando do mesmo veneno que inventou em 2011.

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